Agenda do dia será determinante.

Os ativos de risco estão operando a espera do Core CPI, do Retail Sales e do Michigan Confidence nos EUA. A agenda de hoje será extremamente importante para a dinâmica de curto-prazo dos mercados financeiros globais.
De maneira simples, acredito que mais um Core CPI baixo, diria abaixo de 0,2% MoM, dará a impressão de uma inflação inexistente, o que permite ao Fed ser ainda mais gradual em seu processo de normalização monetária. Com o crescimento saudável e o mercado de trabalho robusto, deveremos ficar diante de mais uma rodada de busca por ativos de risco, no que ficou conhecido como “risk-on”.
Um número um pouco mais “parrudo” de Core CPI, digamos acima de 0,2% MoM, poderá confirmar a visão do Fed de que o arrefecimento recente da inflação é temporário, e o cenário de elevação gradual dos índices de preço ainda é válido. Neste ambiente, o mercado irá lembrar que existe um consenso no G10 de que a política monetária precisa ser gradualmente normalizada. Assim, poderem observar uma nova rodada de abertura de taxas de juros que, dependendo da velocidade e da magnitude, poderá ter impactos relevantes sobre os ativos de risco como um todo.
No Brasil, o “clima” mudou bastante ao longo da semana. Além de um pano de fundo externo mais positivo para os mercados emergentes, o Governo conseguiu vitórias importantes, que colocam Temer de volta ao “jogo político”. A Reforma Trabalhista foi aprovada por um placar elástico, Lula foi condenado em primeira instância, Gedel Viera Lima, grande aliado de Temer, teve sua prisão “relaxada” para domiciliar e, agora, o relatório a favor da denuncia de Temer foi derrotado na CCJ.
Em suma, a despeito de todos os ruídos políticos, a pauta econômica avança. Os passos são naturalmente mais lentos do que anteriormente, mas a equipe econômica continua trabalhando e firme em sua função. Além disso, o Governo mostrou novos sinais de articulação política ao longo dos últimos dias.
Continuo favorecendo os temas de normalização monetária no G10, mas sabendo que a agenda de hoje poderá ser determinante para o curto-prazo. Precisamos estar preparados para ajustar tamanhos e instrumentos da posição após os dados desta manhã. No Brasil, nos atuais níveis, continuo confortável com a recomendação ao tema de cortes adicionais da Taxa Selic, que deveriam se reverter em taxas curtas mais baixas. Não vejo grandes assimetrias no BRL e Ibovespa nos atuais níveis.



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