Commodities & Fed.

O dia foi marcado por três eventos relevantes. Primeiro, a queda superior a 4% no preço do petróleo. A notícia de que a Rússia se opõe a qualquer debate para cortes adicionais de produção pela OPEP foi um vetor determinante para a dinâmica de hoje. O anuncio de que a Volvo pretende implantar motores elétricos em todos os seus veículos até 2019 foi outro vetor que ajudou a colocar pressão no preço do petróleo.

Entendo que a volatilidade diária no preço do petróleo afeta o humor de curto-prazo dos mercados, mas enquanto se mantiver relativamente estável, acima de $40 (WTI), difícil ver impactos adicionais do preço para o cenário econômico.

Segundo, as commodities metálicas apresentaram uma nova rodada de queda de preços. Em alguns casos, níveis técnicos importantes estão sendo testados. A queda de preços parece ser fruto de questões de oferta, além das expectativas de redução da liquidez global, e não um sinal mais preocupante em relação ao crescimento da economia mundial.

Finalmente, as Minutas do FOMC confirmaram o que já vinha sendo amplamente comentado por membros do Fed nas últimas semanas. Vi as Minutas como levemente mais hawkish do que o que poderia se imaginar. O consenso parece migrar, cada vez mais, para a visão de necessidade de continuidade no processo de normalização monetária. As vozes discordantes parecem cada vez menos atuantes.

O comitê continuou dando um “play down” nos dados correntes de inflação baixa, se mostra confiante na recuperação da economia e preocupado com os efeitos negativos que os níveis atuais de emprego podem trazer a longo-prazo em termos de inflação e estabilidade financeira.

O comitê parece bastante desconfortável com o afrouxamento das condições financeiras. Não me lembro de ter lido documento como este em que se gastou tanto tempo neste tema e comentando preços de ativos de risco.

A Coréia do Norte voltou ao radar dos investidores. Este é um risco que precisa ser monitorado, mas de difícil mensuração e posicionamento.

No Brasil, o dia foi de poucas, ou nenhuma, novidade relevante.


Continuo com postura mais cautelosa no curto-prazo, não tendo alterado de forma significativa as recomendações de alocação.

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