Brasil: Solução via imposto. Inflacionário!

Os ativos de risco estão operando próximos a estabilidade. Destaque apenas para um leve movimento de dólar forte, especialmente contra moedas emergentes e aquelas mais dependentes de commodities. O movimento parece mais um ajuste de posições antes do ECB do que uma mudança clara de tendência.
No Brasil, os jornais de hoje estão dando como certa a implementação do PIS/Cofins em combustíveis. As matérias ainda estão desencontradas em relação a maginitude desta elevação. Contudo, ontem ventilava-se uma elevação de cerca de 10 centavos por litro. Hoje se ventila uma elevação entre 20 e 30 centavos, em busca de uma arrecadação de R$10 bilhões este ano e R$20 bilhões ano que vem. A medida teria impacto relevante na inflação de curto-prazo, mas pouco impacto sobre a política monetária. Assim, reafirmo o que escrevi na tarde de ntem:
A mídia está dando como certa o aumento de impostos de combustíveis. Acredito que a estratégia do governo seja correta, diante das dificuldades de caixa da União e de um cenário inflacionário benigno. Confesso, inclusive, que se estivesse na posição deles elevaria o imposto de forma superior ao que está sendo ventilado. O mercado já assimilou bem a alta de impostos, e o governo ganharia “gordura” de arrecadação em um momento delicado para as contas públicas.

Este é um dos motivos que vejo grande assimetria nas inflações implícitas da parte intermediária da curva. A parte curta já precifica uma inflação baixa nos próximos 18 meses, mas vejo vários cenários possíveis em que a inflação seja mais alta após este período, ou que pelo menos o mercado precifique uma inflação mais elevada à frente. Necessidade de aumento de imposto, recuperação da economia com fechamento do hiato, possíveis problemas fiscais, e etc. O ganho pode ser auferido tanto em cenários de “catástrofe”, quanto em cenários positivos, mas com necessidades de ajustes.

No Japão, como era amplamente esperado, o BoJ manteve sua política monetária inalterada, promovendo apenas algumas mudanças em seu comunicado. A medida não muda em nada o cenário para o país. Segundo o Morgan Stanley: In the quarterly Outlook Report, the BoJ lowered its median forecast for price change, mainly in FY 2017-18 (F3/18-19), versus previous levels from the April report(Exhibit 2). Downward revision margins in FY 2017-18 were on track with media reports and did not offer any new surprises. These reductions constitute mark-to-market adjustments reflecting recent sluggish inflation, and the BoJ maintains its fundamental story of a moderate upward trend in prices driven by improvements in the output gap and the rise in mid-to-long-term inflation expectations. Upward revisions of the real GDP forecast, meanwhile, show that the BoJ is becoming even more bullish about economic prospects. The +1.8% growth rate for FY 2017 (vs. +1.6% previously and our +1.6% estimate) indicates that the BoJ might be using a fairly strong value as the Apr-Jun GDP (due out on August 14) forecast.
Na China, a medida oficial de fluxo mostrou um cenário de relativa estabilidade, com fluxos levemente negativos, porém em patamares confortáveis. Segundo o mesmo Morgan Stanley: June outflows still subdued: FX-denominated outflows (adjusted for forward contract positions) edged up to US$5.3bn in June (vs. US$4.0bn in May) due to increased net outward FDI (US$2.6bn in June vs. US$0.3bn in May). On the other hand, RMB-denominated outflows eased to US$14.7bn in June (vs. US$17.1bn in May). As a result, our estimated total cross-border outflows (sum of FX settlement and RMB settlement) edged down to US$20bn in June (vs. US$21bn in May), significantly lower than the average monthly outflows of US$55bn in 4Q16.
Na Austrália, os dados de mercado de trabalho voltaram a se mostrar robustos em junho, ficando dentro das expectativas do mercado, que já eram expectativas positivas. A despeito dos números positivos, o AUD apresenta leve queda neste momento. Segundo a Goldman Sachs: On face value, Australia’s June labour market report printed in line with solid consensus forecasts (Jobs: +14k, BBG: +15k; unemployment rate: 5.6%; BBG: 5.6%), but there are several reasons we would characterize it as compositionally to the stronger side of expectations. Firstly, jobs growth was skewed to full-time positions (+62.0k), contributing to the fastest annual growth since mid-2011 in trend terms (+2.1%yoy). Secondly, annual growth in hours worked rose to its equal fastest pace since 3Q2011. Thirdly, while the unemployment rate was unchanged at 5.6%, this was on higher-than-expected rates of participation – with the participation rate rising no less than +40bp in the past 5 months. And finally, jobs growth was regionally broad-based. Overall, today's update is adding to evidence that the Australian labour market is in good health. The momentum is consistent with alternative measures of labour conditions and we note that leading indicators suggest this momentum will be sustained. 

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