Brasil: Situação corrente se deteriora.

A situação corrente do Brasil parece ter se deteriorado bastante nos últimos dias. Vejamos:
- O Governo Temer parece passar por seu pior momento, com o seu apoio se esvaindo a cada novo dia, segundo a cobertura da mídia e de analistas políticos.
- Rodrigo Maia é o nome mais cotado para uma eventual sucessão, mas a revista Veja de hoje traz reportagem dizendo que o atual presidente da Câmara será citado em uma possível (e, de acordo com a mídia, provável) delação premiada de Eduardo Cunha. Vale lembrar que Maia já é investigado em outros inquéritos relativos a Lava-Jato.
- Neste ínterim, o atual (e novo) presidente do BNDES deu declarações contrárias a TLP, avanço imenso apresentado pela atual equipe econômica à atuação do BNDES no “crédito subsidiado”. Sua postura acabou levando ao pedido de demissão de dois diretores da instituição, ambos vistos como economistas ortodoxos e profissionais alinhados com o mercado.
- A Folha de SP de hoje retornou o tema da possível delação de Palocci e afirma que o ex-ministro da fazenda iria acusar o seu sucessor de entregar informações sigilosas ou privilegiadas ao sistema financeiro nacional.
- No cenário externo, um ambiente que até pouco tempo atrás era visto como construtivo, mostra que poderá tomar um caminho ainda sem rupturas, mas em direção a uma menor liquidez global. O Brasil foi um dos países que mais se favoreceu da ampla liquidez global desde a crise de 2008. É natural esperar alguma reação quando, e se, este processo de normalização comece de fato.
Em termos gerais, temos alguns componentes mais negativos no curto-prazo, que ainda se confrontam com um quadro cíclico mais positivo da economia, com inflação baixa, corte de taxas de juros, recuperação (ou estabilização) do crescimento e contas externas tranquilas.
O quadro fiscal ainda é um problema grande e crescente. À medida as perspectivas de reformas estruturais de esvaziam, crescem os riscos de longo-prazo para o país, tornando-o mais frágil a qualquer mudança de curto-prazo do cenário externo ou das demais variáveis.
Assim, mantenho uma recomendação levemente mais negativa para o curto-prazo. A exposição à parte curta da curva de juros foi integralmente trocada por estruturas de opção. Mantemos pequena exposição comprada em dólar via estruturas de opção. Ainda achamos haver uma assimetria grande na inflação implícita da parte intermediária da curva, onde a maior parte da alocação a risco está concentrada no momento.




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