Profit Taking!

Os ativos de risco estão abrindo a sexta-feira em tom de realização de lucros, em uma reação retardada aos recentes comentários do Fed em torno da possibilidade de uma alta de juros ainda este ano.

Já vínhamos alertando para a possibilidade de um período de consolidação/realização de lucros dos ativos de risco, em meio a uma posição técnica e valuations menos favoráveis, sinais de uma nova rodada de desaceleração da China e, agora, com a possibilidade da retomada do processo de alta de juros nos EUA.

Por ora, vejo este processo apenas como uma acomodação dos ativos de risco, e não uma mudança definitiva de tendência. As declarações do Fed parecem ter sido o trigger definitivo para o movimento. Contudo, mesmo que o banco central decida elevar as taxas de juros em 25bps, o processo será extremamente lento e gradual, e a taxa final de equilíbrio, muito provavelmente, será extremamente baixa para os padrões históricos recentes.

No Brasil, o grande destaque da noite ficou por conta da decisão do BCB em reduzir a colocação dos swaps cambiais reversos, voltando ao ritmo de ofertar US$500mm, ao invés dos US$750mm que ofereceu nos últimos dias. Os ativos locais apresentaram um desempenho relativo pior que os seus pares, em especial o BRL, após o BCB ter decidido elevar a colocação dos swaps reversos. Ficou a clara impressão de que faltou venda final de dólar no mercado no curto-prazo. Mantenho a visão de que o BCB esteja sendo oportunista, e não esteja visando nenhum patamar específico para o câmbio. Espero que o BRL tenha um desempenho relativo mais positivo no curto-prazo, mas o cenário externo pode acabar prejudicando o desempenho absoluto da moeda local.

Acredito que, caso os ativos locais sigam o movimento externo, teremos uma oportunidade de elevar as alocações a risco das carteiras novamente, especialmente na parte intermediária da curva local de juros (Jan19 e Jan21). Estruturas de opção são uma boa maneira de buscar posições que visam se beneficiar de um câmbio mais fortalecido, mas sem movimentos muito acentuados nos atuais níveis.

Retornando ao cenário externo, o fluxo para ativos emergentes continua extremamente robusto. Segundo o Morgan Stanley: Flows into EM-dedicated funds (up to 17 August) picked up slightly with weekly inflows of $2.03b versus $1.60b last week. Hard currency funds saw $1.21b of inflows (0.92% of AUM), the 26th consecutive week of inflows. Local currency funds saw $575m of inflows (0.43% of AUM) while blend funds saw inflows of $243m (0.55% of AUM), the 7th consecutive week of inflows for both types of funds. In hard currency, 83% of the flows went into global mandates and 49% of flows into ETFs. In local currency, global mandates saw 53% of the flows while AxJ saw the rest, driven in particular by flows into Thailand and China. Overall this leaves YTD total flows at $26.0b with hard currency and local currency seeing $18.1b and $7.90b of inflows respectively. Our broader measure of EM portfolio flows (click here to view on Matrix) shows a slight slowdown in inflows into EM this week (up to 17 August). EM portfolio flows recorded $3.35b of inflows this week versus $3.55b last week, with $1.58b into equity and $2.22bn into debt. While equity inflows were the main driver the last few weeks, debt flows were stronger this week, mainly into AxJ (THB 692m, KRW 607m).

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