Consolidação Continua...
Os ativos de risco continuaram a mostrar dinâmica de
consolidação neste começo de semana. O destaque acabou ficando por conta de uma
forte queda do petróleo, que arrastou o demais complexo de commodities e,
consequentemente, levou a uma depreciação das moedas dos países produtores de
petróleo (MXN e RUB em especial).
O mercado está, neste momento, precificando cerca de 50% de
probabilidade de uma alta de 25bps nos Fed Funds este ano nos EUA. Ainda existe
espaço para o mercado precificar uma alta completa este ano. O discurso de
Yellen em Jackson Hole será fundamental para este cenário de curto-prazo.
Contudo, com o debate da teoria econômica de política monetária migrando para
as restrições das políticas não convencionais, e para a necessidade de juros
baixos por um período prolongado de tempo, fica difícil vislumbrar uma mudança
abrupta e completa do atual ambiente.
Continuo vendo a China como um risco mais real. Entendo que uma desaceleração
controlada do crescimento do país possa vir a ser digerida de forma fluida
pelos ativos de risco, devido a ampla liquidez global. Todavia, uma
desaceleração mais rápida e acentuada poderá levar a uma inversão mais abrupta
de cenário e de dinâmica dos ativos de risco.
No Brasil, o BRL voltou a mostrar bom desempenho relativo,
confirmando que a atuação do BCB vinha restringindo a boa performance da moeda.
O dia, porém, foi de realização de lucros no mercado de renda variável. No
mercado de juros, ruídos em torno do ajuste fiscal mas, principalmente, um BCB
ainda hawkish e uma inflação corrente ainda elevada para estarem restringindo
um melhor desempenho desta classe de ativos.
Amanhã teremos a divulgação das prévias dos PMIs na Europa e nos
EUA. Acredito que os ativos de risco não irão gostar de uma nova rodada de
desaceleração global, devido aos riscos de recessão em meio a uma política
monetária com menor poder de atuação. Números positivos podem trazer de volta a
busca por ativos de risco após uma pausa momentânea das tendências recentes.
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