"We’re still dancing."
When the music stops, in terms of liquidity, things will be complicated.
But as long as the music is playing, you’ve got to get up and dance. We’re
still dancing.
Ex CEO of Citigroup Chuck Prince
A fase em que nos encontramos no que tange o cenário para os
mercados financeiros globais me fizeram relembrar da histórica frase, cunhada
por um ex CEO do Citi, reproduzida acima, que marcou o início da crise
financeira nos EUA, e o final de um período de grande exuberância para a
economia mundial.
Eu não vejo, pelo menos ainda, motivos para retornarmos à uma
crise nos moldes daquela vivida em 2007/2008. A estrutura financeira global
mudou. Os instrumentos para lidar com choques financeiros e econômicos
evoluíram.
Contudo, o excesso de liquidez no mundo também mascara um
cenário econômico mais desafiador. Por um lado, vemos algum avanço estrutural
em algumas economias emergentes (Brasil, Rússia). Por outro lado, contudo, as
economias dos países desenvolvidos mostram-se mais fragilizadas. Os
instrumentos de política monetária continuam ativos, mas parecem perder
potência a medida que são estendidos no tempo, ou aumentados em magnitude. A
economia da China, o primeiro país que reagiu de maneira rápida e agressiva
através de incentivos fiscais, creditícios e monetários em 2008, sendo o
principal expoente da recuperação dos países emergentes e desenvolvidos em
2009, apresenta imensas restrições de atuação neste ciclo. A expansão do
crédito não parece ser mais uma opção viável.
Ainda não há sinais evidentes que devam alterar o cenário base
que temos descrito neste fórum nos últimos meses. Contudo, alguns ativos já mostraram
níveis de preço que só são justificáveis pelos argumentos utilizados por Chuck
Prince em 2007.
A escolha da alocação de ativos no portfólio será cada vez mais
importante. A utilização de hedges
faz cada vez mais sentido.
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