TING (There Is No Growth), but Carry On!

O final de semana foi de pouquíssimas novidades e notícias para o cenário econômico global. Assim, os ativos de risco estão abrindo, novamente, em tom positivo, já deixando para trás os fracos números de atividade econômica divulgados nos EUA e na China no final da semana passada. Na noite de ontem, o PIB do Japão também ficou abaixo das expectativas, reforçando a visão de que o crescimento global continua baixo e sem qualquer sinal mais consistente de aceleração.

Continuo vendo um cenário de curto-prazo de baixo crescimento global, com flutuações em torno da tendência, mas sem riscos evidentes de uma recessão global. Este ambiente costuma ser positivo para ativos de yield/carry. Mantenho uma visão cautelosa no tocante aos ativos de crescimento e valor, especialmente nos atuais níveis de preço.

Vale ressaltar, contudo, que nos últimos dias, tivemos evidências concretas de mais uma rodada de desaceleração da economia chinesa, ao mesmo tempo em que confirmamos um cenário de produtividade extremamente baixa nos EUA, o que deve estar reduzindo o crescimento potencial do país. Não vejo esta combinação como positiva a longo-prazo, nem consistente com o nível de preço e valuation de algumas classes de ativos, o que me faz ascender uma “luz amarela” em torno deste cenário relativamente construtivo que os mercados financeiros globais vêm navegando nos últimos meses.

No Brasil, o destaque do final de semana ficou por conta de mais ume entrevista do presidente do BCB, desta vez para a Folha de São Paulo. Ilan reafirmou o compromisso com a meta de 4,5% de inflação para 2017, dando importante enfoque no ajuste fiscal e suas consequências para as expectativas de inflação. Nosso cenário base continua a ser para o começo de um processo de queda da taxa Selic na reunião do Copom de novembro/dezembro, com risco de um inicio mais tardio, apenas em 2017. Acreditamos que este BCB buscará ganhar credibilidade, trazendo as expectativas de inflação e a inflação corrente para mais perto do centro meta para, só então, dar inicio a um processo de queda de taxa de juros. Neste ambiente, a queda de taxas poderá ser mais rápida e acentuada uma vez iniciado o ciclo de corte.

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