Update
Um sell-off no preço
do petróleo após a divulgação dos dados semanais de estoques ajudou a frear o
movimento de otimismo com relação aos ativos de risco, o que favoreceu uma
acomodação do mercado global de renda variável e tirou um pouco de ímpeto do
enfraquecimento do dólar no mundo. O bom leilão de Gilts na Inglaterra, assim
como o leilão de Treasury nos EUA, ajudou a dar força ao fechamento de taxas de
juros no mundo desenvolvido.
No Brasil, o BRL seguiu o movimento global, em mais um dia de
dólar fraco. O mercado de juros e bolsa acabou apresentando alguma realização
de lucros.
O destaque do dia ficou por conta do IPCA de julho, que acabou
ficando acima das expectativas, com alta de 0,52% MoM e 8,74% YoY. Grande parte
da surpresa ficou por conta de itens ligados a alimentação, que tendem a ser
pontuais e localizados. Espera-se algum payback
desta alta nos próximos meses. De qualquer maneira, a inflação de serviços
ainda mostra alguma rigidez, o que fez o mercado repensar o timing ideal
para o BCB dar início a um processo de queda de taxa Selic.
Nosso cenário central é para que o ciclo de queda de juros se
inicie, no mínimo, na reunião do Copom de novembro, com risco crescente de uma
data posterior a essa. Ganhando credibilidade ao longo do tempo, e com a tendência
de arrefecimento da inflação e das expectativas consolidadas, o ciclo de queda
de juros poderá vir a ser mais intenso do que o esperado. No curto-prazo,
precisamos de sinais mais claros nessa direção para um fechamento de taxas de
juros mais acentuado.
O dia foi de bom desempenho das NTNBs. As inflações implícitas subiram
de forma razoável nos últimos dias, e começam a chegar em patamar interessante
para posições vendidas em inflação implícita na parte intermediária da curva,
dado que acreditamos que este banco central manterá postura dura e ortodoxa, em
busca do centro da meta de inflação neste horizonte de tempo. O risco, nos
próximos 6 a 18 meses, é de uma rigidez um pouco maior da inflação.
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