Brasil: Sinais mais positivos.

Os ativos de risco estão abrindo a quarta-feira sem tendência definida. O dólar apresenta algum alivio após um movimento de alta verificado nos últimos dias. O petróleo apresenta queda, enquanto as bolsas e o mercado global de juros não apresentam movimentos relevantes.

O destaque da agenda ficará por conta do PIB no Brasil para o ADP Employment nos EUA, que deverá determinar a direção dos ativos de risco no curto-prazo.

No Brasil, o destaque ficou por cota da atuação do BCB no mercado de câmbio. O BCB não anunciou swap cambial reverso para hoje, dia de ptax de encerramento de mês, e dia de encerramento do processo de impeachment. O BCB já não vinha anunciando swap cambial reverso nos dias de ptax de final de mês, o que parece prudente, a fim de evitar movimentos ainda mais acentuados para a formação da ptax. Além disso, ele anunciou um leilão de linha em torno de $3,3bi, em um movimento positiv, o que mostra disposição em prover liquidez ao mercado. Não vejo o movimento do BCB como uma mudança de postura em torno de uma taxa de câmbio mais livre e flutuante, e muito menos vejo estes movimentos como uma intenção de buscar um determinado patamar para a moeda, mas pode ser bem vista pelo mercado.

Segundo Valdo Cruz, da Folha:

A equipe do presidente interino, Michel Temer, já trabalha com a possibilidade de a taxa de juros começar a cair só no próximo ano, diante do ritmo ainda lento de queda da inflação e da demora na aprovação das medidas fiscais propostas pelo governo. No início de maio, Temer acreditava que a taxa Selic, referência de juros para o mercado financeiro, começaria a ser reduzida pelo Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central na reunião marcada para outubro. Assessores presidenciais avaliam agora que as melhoras no cenário econômico ainda não são suficientes para o BC cortar a taxa de juros.

Eu mantenho minha visão de que o corte de juros deverá ocorrer, na melhor das hipóteses, na reunião do Copom de novembro/dezembro, com algum risco do processo ser adiado ainda mais. Uma vez iniciado o ciclo de queda da taxa Selic, contudo, o processo poderá ser mais rápido e acentuado do que aquele precificado pelo mercado atualmente. 

Mantenho a visão de concentrar, neste momento, posições na parte mais longa da curva de juros e na venda das inflações implícitas da parte intermediária da curva de juros.

O Valor traz uma matéria em que afirma que, aprovado o impeachment, Temer irá encaminhar uma PEC para a Reforma da Previdência, em mais uma postura positiva deste governo:

Assim que for confirmado o afastamento definitivo de Dilma Rousseff do cargo, o presidente Michel Temer tem pressa em encaminhar a reforma da Previdência Social ao Congresso Nacional para mostrar aos agentes financeiros que seu governo está realmente comprometido com o ajuste fiscal. A ideia é que Temer, ao retornar da viagem à China, onde participará do encontro do G­20, escolha uma das minutas de reforma elaboradas por sua equipe técnica e a envie à Câmara ainda em setembro. O governo tem consciência de que a lua de mel com o mercado financeiro está próxima do fim e, portanto, precisa apresentar medidas mais concretas para ajustes nas contas públicas. Somente dessa maneira, a equipe de Temer poderá desconstruir sinais contraditórios como a negociação de reajustes salariais de servidores, num período de forte ajuste fiscal e recessão econômica, e ganhar um pouco mais de tempo de trégua.

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