PMI da China e Reforma da Previdência no Brasil.

Os ativos de risco estão abrindo a semana em tom de acomodação. O dólar opera mais fraco contra EM (seguindo a tese da busca por yield/carry), porém mais forte contra G10. As bolsas globais apresentam leve altas, embora as commodities operem em queda, novamente lideradas pelo petróleo. As taxas de juros dos países desenvolvidos apresentam leve abertura de taxas, movimento que aparente ser uma breve realização de lucros do forte fechamento de taxas do final da semana passada.

O destaque da noite ficou por conta dos PMIs na China. Enquanto o Manufacturing PMI recuou de 50 para 49.9 pontos, abaixo das expectativas do mercado, e mostrando uma economia ainda frágil, o Caixin PMI saiu de 48.6 para 50.6 pontos. O primeiro número apresenta uma base mais concentrada em empresas de médio e grande porte, em sua maioria SOE. Já o Caixin PMI acaba sendo mais enviesado para empresas de pequeno porte, mais ligado ao setor privado, com empresas de pequeno de porte. Acredito que a China continuará passando por um período estrutural de crescimento mais baixo. Neste momento, a despeito dos sinais do PMI, contudo, ainda não há evidências concretas de um risco mais agressivo de uma desaceleração rápida e acentuada da economia. Ainda vejo o país como o principal risco para economia mundial nos próximos meses.

No Brasil, a mídia voltou suas atenções para a Reforma da Previdência. Segundo Valdo Cruz, da Folha: A proposta de reforma da Previdência Social deve definir que trabalhadores com até 50 anos de idade terão de aposentar com uma idade mínima de 65 anos, no caso de homens, e possivelmente de 62, para mulheres. Para quem estiver acima desta faixa etária, haverá uma regra de transição. O ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) afirma que, neste período de transição, ainda será negociado de quanto deve ser o pedágio para que o trabalhador possa se aposentar, de 40% ou 50%. Ou seja, se um trabalhador estiver a um ano da aposentadoria, ele teria de esperar mais seis meses para ter o benefício. Segundo Padilha, esta regra de transição deve durar 15 anos para interromper a trajetória de crescimento elevado do deficit da Previdência, que neste ano vai checar perto dos R$ 150 bilhões.

A despeito dos poucos avanços concretos obtidos pelo governo nas últimas semanas, vejo que a equipe de Temer continua seu esforço de buscar soluções estruturais para os problemas que assolam o país. Além disso, a agenda micro parece caminhar a passos largos, como vimos no desinvestimento da Petro e nas mudanças que vem ocorrendo no setor de energia. De maneira geral, continuo bastante otimista no tocante a recuperação estrutural da economia do país.

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