Brasil: Ruídos políticos.
Os ativos de risco estão abrindo o dia em tom mais estável, mas ainda com sinais de fragilidade, especialmente no tocante ao ZAR, da África do Sul, e com uma forte queda no preço do petróleo, após a divulgação de um forte e inesperado acumulo de estoques pelo API.
Continuo vendo espaço para consolidação dos mercados financeiros globais no curto-prazo. Contudo, para uma inversão completa de tendência acredito que o cenário econômico global precisará ser totalmente alterado, ou com sinais mais claros de desaceleração do mundo, ou com risco de que o processo de alta de juros pelo Fed seja retomado, não apenas com mais uma única alta até o final deste ano, mas com sinais de que o processo possa levar as taxas de juros para níveis não precificados atualmente pelo mercado americano de juros. Para isso, acredito que os números de inflação precisarão mostrar uma aceleração mais clara e consistente.
No Brasil, O Globo está com uma série de reportagens que mostram as dificuldades que ainda são encontradas na base aliada a Temer, com um racha entre PMDB, PSDB e DEM, e com dificuldades para aprovar a PEC do Teto dos Gastos:
Num esforço para garantir a aprovação da principal medida econômica do presidente interino, Michel Temer, no Congresso, o governo sinalizou ontem que poderá aceitar ajustes na proposta de emenda constitucional (PEC) que fixa um teto para os gastos públicos. Depois de um café da manhã com parlamentares da Comissão Especial que analisa o projeto, os ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, e da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, afirmaram que a PEC pode ser aperfeiçoada, desde que sua essência seja mantida. O texto prevê que, por 20 anos, as despesas públicas cresçam apenas com base na inflação do ano anterior.
A decisão do PMDB de apoiar o aumento salarial para ministros do Supremo, que deve custar R$ 5 bilhões ao ano, abalou a base do governo Michel Temer. No PSDB e no DEM, líderes fizeram cobranças públicas e chegaram a falar em abandonar o Planalto, caso não adote uma posição firme contra o aumento. “Não é possível que haja dois governos, um para fazer bondade e outro para ficar com o ônus da decisão”, disse o senador Aécio Neves (PSDB). O líder do DEM, Ronaldo Caiado, foi enfático: “Não vou participar dessa farsa.” -BRASÍLIA- Um relatório paralelo do PMDB pela aprovação do aumento salarial para os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e o endosso de senadores aliados, inclusive do vice-líder do governo, a um pedido de urgência na tramitação do projeto abriram ontem uma crise na base parlamentar do presidente interino, Michel Temer. As principais lideranças de PSDB e DEM cobraram publicamente o Palácio do Planalto a se posicionar de forma clara sobre o tema, inclusive sob pena de abandonarem a base.
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