Consolidação...

A noite foi mais uma vez de poucas novidades relevantes para o cenário econômico global.

Esta manhã, o Jobless Claims nos EUA recuou um pouco mais do que as expectativas, reforçando a visão de que o mercado de trabalho norte americano continua bastante robusto.

No Brasil, a votação da DRU foi adiada por falta de quorum, em mais uma pequena derrota para o governo. Os jornais continuam ventilando notícias de que existem crescentes obstáculos para a aprovação da PEC do Teto de Gastos no Congresso. Em uma tentativa de manter o foco do governo no ajuste, Temer prometeu anunciar mais um pacote de medidas econômicas, uma vez aprovado o impeachment. A equipe econômica de Meirelles está fazendo de tudo para evitar um aumento de impostos no curto-prazo. Segundo a mídia, irão revisar o crescimento para cima, e anunciar novos cortes de gastos afim de cumprir a meta para o fiscal. A coleta de inflação continua desconfortavelmente elevada, o que dá força a nossa visão de que o inicio do ciclo de corte de juros será, no mínimo, em novembro/dezembro, com riscos crescentes para ser depois desta reunião do Copom.

Eu mantenho minha visão de que estes ruídos e negociações políticas fazem parte do processo de ajuste em um país democrático. Contudo, os avanços têm sido mais lentos do que o imaginado anteriormente. Os ativos locais estão sendo bastante favorecidos por um ambiente global muito amigável para ativos emergentes. O governo não pode perder o foco e ficar leniente quanto a estes temas. Ainda coloco grandes expectativas para que o ajuste avance a passos mais rápidos após o impeachment. Caso isso não aconteça, poderemos nos ver diante, novamente, de uma rápida e acentuada deterioração do preço dos ativos locais.

No tocante ao cenário externo, eu vejo grandes obstáculos para uma alta de juros por parte do Fed em setembro, mas embutiria uma probabilidade em torno de 30%, com as chances de mais uma alta este ano em torno de 60%-70%.

No atual cenário, podemos continuar passando por um processo de acomodação dos ativos de risco. Não vejo grandes triggers para um sell-off mais rápido e acentuado (o crescimento chinês me preocupa o mercado vem ignorando os sinais mais negativos nos últimos dias), mas também poucos motivos para mais uma rodada de forte apreciação dos ativos de risco.

A despeito de alguns vetores menos animadores (crescimento da China mais brande, aumento da probabilidade de alta de juros nos EUA, posição técnica pior, nível de preço dos ativos de risco, entre outros) não podemos descartar que o mercado mantenha uma postura visando à busca por carry/yields.

Meu cenário de curto-prazo é para uma acomodação dos ativos de risco.

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