Brasil: Ruídos políticos.
Os ativos de risco estão operando próximos a estabilidade. O único destaque fica por conta de mais uma rodada de queda no preço do petróleo, que cai 1% neste momento, e aproxima-se, novamente, de patamares abaixo de $40.
O BC da Nova Zelândia cortou a taxa básica de juros em 25bps, como era amplamente esperado. O NZD, contudo, apresentou forte alta após a decisão, mas acabou recuando ao longo da noite. O BC da Coreia do Sul, ao contrário das expectativas, manteve os juros estáveis.
Os jornais de hoje estão trazendo, ou talvez criando, alguns ridos para o governo, mas nada que altere de forma significativa o cenário para o país.
Segundo a Folha, Mesmo com a perspectiva de impeachment de Dilma Rousseff praticamente definido no Senado, o presidente interino, Michel Temer, será pressionado por dois grupos de aliados políticos a "repactuar" os termos do apoio que recebe no Congresso. As motivações são diferentes, mas apontam para dificuldades no caminho do peemedebista. Principal fiador da ascensão de Temer, o PSDB tem dado sinais de que está incomodado com os primeiros gestos da administração do interino. Internamente, a sigla planeja, logo após a aprovação do impeachment, reapresentar a Temer os termos que a levaram a apoiar o afastamento e as propostas que considera fundamentais para a retomada da economia... Em outra frente e pressionando na direção contrária, atua o "centrão", grupo de siglas pequenas e médias como PR, PP e PSC, somando cerca de 150 deputados. Derrotado na disputa pela presidência da Câmara, esse conjunto tem reivindicado a liberação de emendas e a nomeação de cargos de segundo e terceiro escalões, e ameaçado derrotar projetos de interesse do governo interino.
Em outro artigo do mesmo jornal, Assessores do presidente interino, Michel Temer, avaliam que a equipe do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, errou na negociação do projeto que alonga as dívidas dos Estados ao insistir na inclusão do dispositivo que vetava reajustes salariais para servidores públicos nos próximos dois anos. Para auxiliares de Temer, não há clima político para cobrar de deputados, em ano de eleição municipal, a aprovação de um projeto que gera insatisfação no funcionalismo. Para combater a impressão de que sofreu desgaste com o episódio, Meirelles foi a público nesta quarta (10) dizer que não houve perda de força da Fazenda após recuos na negociação sobre a dívida. Assessores do Planalto destacaram que existem dispositivos na Constituição e na Lei de Responsabilidade Fiscal que já criam limites para os reajustes dos servidores –ou seja, o governo se desgastou desnecessariamente.
Para o Estadão, O acordo sobre a renegociação da dívida dos Estados aprovado pelo Congresso, sem a proibição de aumentos para os servidores estaduais, sinaliza que a proposta de emenda constitucional (PEC) que zera o crescimento real dos gastos federais e uma eventual reforma da Previdência também serão suavizadas pelo Congresso, na avaliação da consultoria de risco político Eurasia. Seus analistas afirmam, no entanto, que, mesmo que a proibição de reajustes tenha sido retirada, o projeto ainda impõe um teto para os gastos estaduais por dois anos. “Não esperávamos esse revés. Não obstante, é importante notar que o impacto fiscal (da retirada da proibição de reajustes) será limitado. No fim das contas, com a condição de manter o teto de gasto ainda válida, os governadores vão precisar compensar aumentos de salários com cortes em outros lugares”, diz o texto. Os analistas lembram que os governos Estaduais vão sofrer bastante pressão dos servidores, o que tornará ainda mais difícil obedecer ao teto.
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