Update
Na ausência de notícias econômicas que alterem de maneira
significativa o cenário econômico global – O Core CPI nos EUA ficou levemente
abaixo das expectativas em dezembro, assim como o Housing Starts – os ativos de
risco parecem em uma dinâmica “retroalimentavel”. A queda no preço do petróleo
coloca pressão no mercado de dívida corporativa, que afeta negativamente o
preço das ações e, consequentemente, leva a uma pressão sobre os ativos dos
países dependentes de petróleo e de commodities em geral.
A temporada de resultados corporativos nos EUA também não está
ajudando na melhora do humor global a risco. Algumas empresas do setor
financeiro e de tecnologia estão decepcionando as expectativas, mesmo essas já
deprimidas.
Acredito que pelo menos um dos seguintes eventos precisam
ocorrer para uma estabilização do humor global a risco: (1) Sinais de
estabilização da economia global, (2) Reação mais explícita dos policy
makers, (3) Níveis de preço mais atrativos, (4) Uma certeza mais clara da
real situação da econômica chinesa e quais serão suas políticas cambial,
monetária e fiscal daqui para frente, (5) Melhora do balanço entre a oferta e
demanda para o petróleo.
No Brasil, os ativos
locais estão seguindo o humor global a risco. A diferença fica por conta do
forte steepening da curva local de
juros, seguindo a sinalização dada por Alexandre Tombini em sua nota à imprensa
comentada neste fórum na tarde de ontem.
A reunião do Copom de hoje será uma das mais interessantes dos
últimos tempos. O mercado precifica hoje uma alta de 25bps nesta reunião. A
curva deixou de precificar um ciclo relativamente concentrado de alta de juros
nas próximas 4-5 reuniões do Copom para precificar altas mais espaçadas e
concentrada no ano de 2017.
Será extremamente importante a comunicação do BCB (se é que ela
vale de alguma coisa após os eventos recentes). Gostaria de entender a “função de
reação” do BCB no atual estágio do ciclo econômico. Em 2011, ele adotou postura
frouxa, promovendo um “cavalo de pau” nos juros. Desde fins de 2014, o BCB
adotou postura mais dura, promovendo um ciclo relevante de alta de juros. Resta
a dúvida de como o BCB irá reagir diante dos desafios locais e externos. Para
isso, a sinalização do comunicado de hoje será fundamental.
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