Indigestão...
Neste momento, os ativos de risco estão novamente ameaçando uma
recuperação, mas ainda mostram claros sinais de fragilidade. O petróleo lidera o movimento, com uma
alta de 5%, mas a volatilidade no mercado de FX e Equities ainda é elevada, e
mostra pouca convicção por parte do mercado.
O destaque do dia ficou por conta da reunião do ECB, na Europa, onde Mario Draghi voltou a sinalizar que está pronto, e
detém os instrumentos adequados, para lidar com a crise que ameaça a região.
Novas medidas de expansão monetária devem ocorrer na reunião do ECB de março,
caso o cenário prospectivo não mostre uma recuperação relevante.
A sinalização de Draghi segue uma postura mais agressiva do PBoC na China, que injetou recursos vultuosos no sistema financeiro está
noite, já comentado neste fórum pela manhã.
Eu acredito que a postura mais agressiva dos bancos centrai ao
redor do mundo deveriam ajudar a dar alguma sustentação aos ativos de risco no
curto-prazo, mas confesso que, por hora, estou bastante decepcionado com a
dinâmica dos ativos de risco, em especial dos ativos dos países emergentes. A
dinâmica de mercado me diz que o ajuste destes ativos ainda não chegou ao fim,
e que o cenário para China talvez seja pior do que eu imaginava há alguns meses
atrás.
No Brasil, o mercado
reagiu de maneira clássica a decisão do Copom: Depreciação cambial, com claro
desempenho relativo mais negativo do BRL em relação aos seus pares, “bull steepening” da curva de juros, e um
mercado de renda variável ainda pouco animado.
Meu comentário de ontem a noite segue válido: Olhando de hoje, acredito que a curva de
juros irá fechar entre 30 e 50bps na parte curta (até o Jan17), com um “bull
steepening” nos demais vértices. O mercado trabalhará com um ciclo de alto
muito mais moderado de agora em diante. Espero um desempenho relativo mais
negativo do BRL em relação a seus pares, e acredito que a moeda poderá testar
os piores níveis recentes em relação ao USD (4,25/4,30).
No tocante aos dados econômicos, não
vejo nenhum sinal de estabilização da economia. Segundo nossa área econômica:
Em relação a Arrecadação, Mesmo
acima do esperado, o número mostrou uma forte queda ano/ano (-4,3% a/a em
termos reais) e -11%a/a na média móvel trimestral. O lado da arrecadação ainda
deve seguir dando dor de cabeça para o governo federal no sentido de fechar as
contas públicas. Além da economia com tendência de maior contração, a queda do
preço do barril do petróleo deve atrapalhar a arrecadação de royalties e piorar
as finanças de alguns estados (RJ por exemplo)...
No tocante ao CAGED, Caged @ -596k
(vs. BBG: -650k), um pouco melhor que o esperado, mas o número dessazonalizado
continua bastante fraco (-176k e -179k na média móvel trimestral). Como a
geração líquida já vinha apresentando um número muito fraco (possivelmente
empregando poucos temporários), a demissão de temporários deve ter sido menor
(não fazendo a destruição líquida de empregos ficar tão elevada). A destruição
líquida tem sido mais ou menos bem distribuída entre os segmentos...
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