Novo regime: Alta volatilidade.

A terça-feira reverteu parte da piora verifica no primeiro dia da semana, em um movimento de “risk-on” generalizado. Parece que estamos em um novo regime de elevada volatilidade, com poucas convicções por parte dos investidores. O mercado parece estar em busca de um novo equilíbrio.

Acredito que precisaremos da confirmação de uma economia global ainda saudável, aliada ao apoio dos bancos centrais ao redor do mundo, para uma estabilização definitiva dos ativos de risco. Meu viés ainda é negativo com o cenário econômico mundial, até que os sinais acima sejam emitidos.

Neste quesito, a agenda dos EUA acabou ajudando a dinâmica dos mercados hoje. O Markit US Services saiu de 54,3 para 53,7 pontos em janeiro, se mantendo em patamar saudável. O Consumer Confidence passou de 96,3 para 98,1 pontos também em janeiro, acima das expectativas de 96,5 pontos, em patamar consistente com um crescimento em torno de 2%. O CaseShiller House Prices apresentou alta de 0,94% MoM em novembro, mostrando um setor imobiliário robusto.

No Brasil a conta corrente apresentou uma esperada redução do déficit para o fechamento de 2015, mas o que chamou a atenção foi o forte fluxo de US$15 para FDI no mês. O número foi relativamente espalhado entre setores, o que torna o número um tanto quanto enigmático. O número confirma o bom pipeline para M&A no país nos próximos meses, o que explica o bom desempenho pontual da moeda em alguns momentos, mas não reduz o cenário nebuloso para a conta de capital  na rubrica portfólio (RF e RV).

A curva de juros apresentou forte flattening nos últimos dois dias. Acredito que parte seja explicada pelo cenário global, e pelo fluxo pontual de investidores estrangeiros (fast money), e parte pela posição técnica extremamente steepada dos investidores locais.


Todas as atenções estarão voltadas para a reunião do FOMC na tarde de amanhã. O mercado hoje precifica menos de uma alta total de 25bps nos juros ao longo deste ano. O Fed será obrigado a fazer um market-to-market para o cenário de (menos) inflação e de (menor) crescimento, mas dificilmente irá embarcar em um sinal muito mais dovish. Qualquer sinal diferente deste, que já me parece ser o consenso do mercado, poderá ter impacto relevante nos ativos de risco.

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