Relief Rally, Finally!
Até o momento, os ativos de risco estão mantendo o bom humor verificado
desde a manhã desta sexta-feira. Atribuo está melhora de performance dos ativos
de risco a alguns fatores pontuais, mas que podem vir a se tornar mais
persistentes: (1) Atuação mais incisiva dos bancos centrais ao redor do mundo,
verbalmente ou formalmente (PBoC, ECB e rumores em torno do BoJ), (2) posição
técnica já bastante alocada para a piora dos ativos de risco, (3) nível de
preços, (4) relativa estabilidade do
CNY nos últimos 10 dias, dentre outros, (5) sinais de que a economia mundial,
por hora, ainda não está em situação tão calamitante como o mercado chegou a
precificar.
Neste último ponto, os dados de
atividade econômica dos EUA
divulgados hoje ajudam a dar algum alívio ao receio em torno da economia do
país. O Markit Manufacturing PMI subiu de 51,2 para 52,7 pontos em janeiro,
acima das expectativas de 51,0. O Existing Home Sales subiu de 4,76M para
5,46M, acima das expectativas de 5,2M também em dezembro (muito embora ajudado
por um clima mais ameno para esta época do ano).
Ainda acredito em período de maior
estabilidade dos ativos de risco no curto-prazo, mas a dinâmica do mercado nos
próximos dias será essencial para confirmar que existe realmente propensão do
mercado a alocar risco em meio as incertezas que rondam o mundo neste momento.
Vale a pena frisar que, nos últimos
dias, observei uma clara descorrelação entre as moedas ao redor do mundo, com
questões regionais e locais, assim como fluxos pontuais, fazendo preço de forma
mais agressiva nos preços, do que direção do USD no mundo. Este pode ser um
ambiente interessante para posições relativas. Mantenho a visão de performance
relativa mais negativa do BRL em relação a seus pares (gosto de Long MXNBRL). Vejo
a sinalização do ECB como trigger para mais uma rodada de depreciação do
EUR. A queda recente nas vols implícitas da moeda abrem espaço para posições
alavancadas e com bom risco/retorno no
EUR.
No Brasil, continua impressionado com o péssimo desempenho da bolsa
locais, indistivamente, sem uma diferenciação clara entre os setores e entre a
saúde de cada empresa. O BRL continua seguindo o humor global a risco, sem uma
underpeformance clara. Já no mercado de juros, o dia foi de bull flattening,
após o forte steepening dos últimos dias. No começo da semana, a curva tirou
alta de juros das primeiras 4 reuniões do Copom, colocando prêmios maiores no
ano de 2017. Hoje, parte deste movimento foi revertido. Agora, o FRA de 2018
encontra-se em 17,61%, contra 16,77% de 2017 e 17,17% de 2019. Se o mercado
acreditar que o BCB não voltara a subir juros, ainda há espaço para fechamento
de taxas, especialmente nos FRA´s de 2018 e 2019. Diante da inflação e de suas
expectativas, eu ainda não tenho essa certeza.
Em relação ao IPCA-15 divulgado hoje,
segundo nossa Área Econômica, o resultado veio em linha, mas trouxe uma
leitura mais favorável de serviços, principalmente com a desaceleração em 12
meses de serviços intensivos em mão-de-obra (estranhamente o segmento de
serviços mais ligado à atividade acelerou). De qualquer maneira, é apenas um
dado para se comemorar a desaceleração da inflação de serviços e há anedóticos
de forte reajuste de educação esse ano (aparece no IPCA de fevereiro
majoritariamente). O índice de difusão segue ainda bastante elevado para dada a
variação do IPCA (isto é, as altas estão espalhadas). Por enquanto, trabalhamos
com IPCA de 1,10% para janeiro.
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