Brasil: Guinada suave a "nova matriz econômica".

Os ativos de risco estão dando sinais de estabilização depois do forte sell-off verificado após a decisão do FOMC na tarde de ontem. Todavia, os sinais de fragilidade ainda são aparentes. Na China, mesmo com um CNY estáve,l e com uma forte injeção de liquidez por parte do PBoC, as bolsas do pais caíram em torno de 3%, mostrando que as pressões sobre a economia chinesa ainda são elevadas, e estão longe de serem estabilizadas. Continuo bastante preocupado com os problemas que emanam do país.

No Brasil, os ajustes “pontuais” que vem sendo anunciados pelo governo também me preocupam. Hoje, na Folha, duas notícias em especial levam a um cenário ainda mais preocupante:

Pacote de crédito com juro menor pode chegar a R$ 70 bilhões

Governo prevê zerar em maio a taxa extra da tarifa de energia elétrica

Eu não vejo este caminho com bons olhos. Este modelo já foi utilizado no passado (crise de 2008), sem sucesso, e com consequências desastrosas para a economia no longo-prazo. Confirmado o anuncio, seria mais um passo na direção de uma política econômica mais heterodoxa desde a mudança do ministro da fazenda. Os ajustes estão sendo feitos de maneira gradual e suave, sem uma guinada brusca à esquerda. Contudo, é inegável o caminho que o governo está trilhando. Na minha visão, um caminho errado e extremamente perigoso.

Além disso, Michel Temer afirmou a imprensa que o impeachment hoje não seria aprovado.

A Ata do Copom será o destaque da agenda no dia. Mesmo tendo que explicar a decisão de manutenção das taxas de juros, o BCB terá um enorme desafio para ancorar as expectativas de inflação, que voltaram a subir de maneira rápida e acentuada após a atabalhoada decisão do Copom de janeiro.

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