Risk Assets Under Atack

Os ativos de risco estão abrindo a quarta-feira novamente sobre pressão. O Petróleo continua a liderar este movimento, operando (WTI) a $27, e levando consigo as bolsas dos países desenvolvidos. O S&P500 futuro, neste momento, opera a 1841, abaixo do patamar psicológico de 1850. OS juros dos países desenvolvidos fecham taxa, os ativos EM apresentam mais uma rodada de pressão, e as commodities seguem o movimento baixista do petróleo.

Nenhum dos vetores que tenho monitorado para uma estabilização do humor global a risco parece estar surgindo no cenário, o que torna uma estabilização dos ativos de risco ainda bastante incipientes. Vejo algum exagero nas expectativas de crescimento dos EUA e da Europa, mas a dinâmica dos mercados, cada vez mais, se aproxima de uma dinâmica de crise, onde qualquer rally é usado como oportunidade de redução de posições otimistas.

Neste ambiente, as moedas “pegs” do Oriente Médio estão sobre ataque e entram no radar do mercado de maneira mais explícitia esta manhã. A Arábia Saudita foi obrigada a impedir operações de opções na sua moeda, o Ryal.

A temporada de resultados corporativos nos EUA está a pleno vapor. Ainda me parece cedo para um conclusão mais firme em relação aos resultados mas, até o momento, estes não estão impressionando expectativas já deprimidas.

A agenda do dia será relevante, com destaque para o Core CPI nos EUA e mais uma bateria de resultados corporativos.

Brasil – Após o comunicado de Alexandre Tombini ontem, acredito que a decisão do Copkm será entre manutenção dos juros ou uma alta de 25bps. A piora do cenário externo, na minha visão, atua para ajudar a manutenção dos juros no atual patamar. A coluna de Alex Ribeiro, no Valor de hoje, resume bem o cenário interno do Copom:


O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, recolocou todas as opções sobre a mesa do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central em reunião que começou ontem. A chance de uma alta de 0,5 ponto percentual na taxa básica perde força, mas certamente será debatida na reunião do Copom, já que alguns membros do colegiado já votaram por essa medida em fins de novembro e, nos últimos dias, têm indicado manter a mesma opinião. Não subir os juros também é outra possibilidade muito forte. A corrente mais moderada do colegiado vinha alimentando dúvidas sobre a necessidade de subir a taxa básica, diante de um balanço de risco que considera favorável e que poderia levar a inflação para dentro dos parâmetros estabelecidos pelo Copom para 2016 e para 2017. Uma alta de 0,25 ponto percentual, embora possa desagradar a todo mundo no mercado financeiro, incluindo os que achavam que o BC deve agir e os que acham que não, pode ser um meio termo para apaziguar posições tão diferentes dentro do Comitê. Um ponto que deve ser notado é que a nota divulgada ontem pela manhã foi assinada apenas por Tombini. O Banco Central é sempre muito cuidadoso na sua comunicação institucional e cada gesto seu tem seu significado. Nesse caso, a nota tem o peso do dirigente máximo do BC, que é influente o suficiente para carregar consigo outros membros do colegiado. Mas não pode ser tomada como a visão do Copom como um todo. Pode­se esperar que alguns membros não concordem com ela, por isso crescem as chances de um Copom dividido mais uma vez.

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