Estabilização.

O dia foi de agenda relativamente esvaziada. Destaque apenas para as vendas de veículos nos EUA, que ficaram abaixo das expectativas do mercado em dezembro, contribuindo para mais um downgrade nos trackings para o PIB do 4Q, já bem próximos a 1% anualizado. Fica cada vez mais evidente que estamos passando por um período de acomodação da economia norte americana. Por hora, este movimento parece apenas pontual.

Contudo, os indicadores de crescimento provenientes da Ásia ainda são uma fonte de preocupação neste começo de ano, com sinais inequívocos de fragilidade da economia da região. Hoje, segundo o Nikkei, a Apple teria reduzido em cerca de 30% suas encomendas para componentes de alguns de seus produtos, o que seria um sinal adicional de fragilidade do crescimento global. Segundo o MS:

Weak data globally. According to Caixin, China’s railway cargo volume fell 10.5%Y in 2015. China’s trading partners are also seeing weak data. Korea saw exports decline by 13.8%Y in December. Note that 30% of Korea’s trade is with China. It is not confined to Asia; however, the US and Canada are now showing signs of weak data too. While manufacturing weakness does not come as a surprise given the openness to global trade and the amount of overcapacity built up, especially in Asia, indications of US and Canadian domestic demand softness have increased our concerns. US November construction spending fell by 0.4%, despite favourable weather, undershooting the +0.6% market expectation. Should US vehicle sales today leave the impression that the 5-year uptrend of sales may terminate, then investors would try to evaluate its impact on asset and FX markets.

O Brasil ainda se encontra em um vácuo de notícias. O dia foi de recuperação dos ativos locais, em um aparente fluxo pontual de investidores estrangeiros para o mercado de renda fixa, como mostra o “casado” no câmbio e o movimento das taxas longas de juros. Vejo este movimento como pontual e sem um suporte dos fundamentos. Acredito que a curva curta de juros do país esteja com pouco prêmio para os riscos que se avizinham. Já estamos trabalhando com novas surpresas altistas de inflação para os próximos meses e o risco de um IPCA acima de 8% este ano. Enfim, os fundamentos do país continuam se deteriorando.

Será interessante observar a dinâmica das bolsas da China, após uma terça-feira em que, aparentemente, uma forte intervenção governamental deu suporte aos mercados locais.


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