Risk-Off
Os ativos de risco tiveram um começo de semana de aversão a risco clássica (“risk-off”). Novamente, a narrativa manteve-se a mesma: forte queda no preço do petróleo, pressão no mercado de renda fixa corporativa e renda variável ao redor do mundo, que acabou afetando os ativos dos países mais dependentes de commodities, em especial, do petróleo.
Os dados econômicos divulgados neste começo de semana não ajudaram a dar suporte aos mercados financeiros globais: queda do ZEW na Alemanha, números extremamente fracos de importação e exportação no Japão, evidências anedóticas de que o outflow de recursos da China tenham superado os US$150b em dezembro, e sinais de que o SWF das principais economias (dependentes de commodities) do mundo vem promovendo saques consistentes de seus Fundos, com intuito de cobrir o déficit deixando, na maioria dos casos, por preços mais baixos das commodities.
Somado a isso, tivemos um consenso extremamente negativo emanando de Davos, o vazamento das Minutas da reunião do PBoC, na China, mostrando um banco central atônito e, de certa maneira, perdido em relação a como lidar com a crise que se agiganta no país e, finalmente, os investidores perdendo a confiança nos bancos centrais ao redor do mundo.
Acredito que iremos precisar de evidências concretas de que o cenário econômico global não é tão negativo como o mercado passou a precificar. Apenas o acumulo de dados econômicos será capaz de levar os investidores a esta conclusão. No atual cenário, a atuação dos bancos centrais ajuda a atenuar e suavizar os movimentos, mas dificilmente será capas de alterar definitivamente a dinâmica dos mercados. O nível de preço, e a posição técnica do mercado, podem trazer movimentos pontuais de acomodação, mas a dinâmica indica que talvez ainda não tenhamos chegado a um novo patamar de equilíbrio dos ativos de risco.
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