Rebound!

Os ativos de risco estão dando sinais de estabilização esta manhã, mais uma vez liderados por uma alta de cerca de 3% no preço do petróleo. Como comentei na tarde de ontem, eu acredito que a postura mais agressiva dos bancos centraid ao redor do mundo deveria ajudar a dar alguma sustentação aos ativos de risco no curto-prazo, mas confesso que, por hora, estava bastante decepcionado com a dinâmica dos ativos de risco, em especial dos ativos dos países emergentes. O price-action desde a tarde de ontem, contudo, eleva minhas esperanças de que podemos passar por um período de estabilização dos mercados globais. Ainda acho cedo, contudo, para acreditar que o período de turbulência dos mercados financeiros globais tenha ficado para trás. Por hora, estou tratando este movimento como pontual, um “rebound/relif rallly” em meio a um ambiente ainda hostil para os ativos de risco.

Na agenda do dia, destaque para o IPCA-15 no Brasil, onde vemos riscos de uma inflação superior a 1% MoM. NA Europa e nos EUA, o destaque ficará por conta das prévias dos PMIs´s, indicadores que serão fundamentais para a estabilização (ou não) do humor global a risco. Sinais de um crescimento ainda saudável nessas duas regiões podem ser a senha para uma melhora de humor, enquanto dados mais fracos, por outro lado, podem colocar lenha na fogueira daqueles que acreditam em uma recessão mundial.

Acredito que o Brasil irá seguir o humor global a risco, mas ainda vejo os ativos locais com desempenho relativo pior do que seus pares, pelo motivo óbvio de tudo que vem ocorrendo no país nos últimos meses. Acredito que a maneira como o BCB conduziu sua decisão de política monetária tenha sido apenas o último sinal de que desde a saída de Joaquim Levy a política econômica do governo tem mostrado sinais claros, a despeito de graduais, de mudança de direção.

Acredito que o BRL possa vir a se estabilizar caso o cenário externo mostre recuperação, mas vejo uma performance relativa pior da moeda. Nos atuais níveis, não vejo muito valor na curva curta de juros, já que trabalhamos com um cenário de inflação ainda elevada nos próximos meses. Esperaria mais prêmio para tomar posições aplicadas na curva. No mercado de renda variável, começamos a enxergar prêmios relevantes em algumas empresas e setores que acreditamos que irão sobreviver a crise no país, e que apresentam valuationsatrativos nos atuais níveis.

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