China

Os ativos de risco mantiveram um tom negativo ao longo de todo a quinta-feira, mas mostraram alguma recuperação após a China anunciar que a regra do “circuit breaker” implementada neste início de ano não será mais válida. A notícias foi lida como positiva, já que o circuito estava criando um ambiente em que acelerava as vendas de ações, ao invés de promover um movimento de suavização dos movimentos.

De qualquer maneira, acredito que a dinâmica do CNY será muito mais importante para os mercados globais do que a loucura das bolsas chinesas. Com observou o MS está manhã (vide gráficos abaixo): Over the last two days, the CNY NEER has moved to only 0.4% away from the lower band that we think signifies ‘stability’ (from just over 1% away).  In our view, if China is committed to a range-bound and managed CNY NEER as they have proposed, we should see some stability around current levels over coming days (i.e. USDCNY not moving materially higher or even coming lower).  However, a break of the below band would signal to markets a policy shift towards outright trade-weighted depreciation. 

Minha visão para os mercados é bastante simples. Os ativos de risco continuarão pressionados até que fique claro as reais intenções do governo chinês com o processo de depreciação da moeda. As economias dos EUA e da Europa ainda me parecem saudáveis mas podem, facilmente, serem contaminadas pelos eventos na China e na Ásia como um todo, onde os sinais de desaceleração são inequívocos.

Os dados de reservas da China divulgadas na manhã de hoje, infelizmente, não são um alento para o cenário. Muito pelo contrário, mostram um fluxo intenso de saída de recursos do país.

Nos EUA, o Jobless Claims caiu para 275k, mantendo em níveis consistentes com a continuidade de um processo de recuperação saudável do mercado de trabalho.

No Brasil, dado o vácuo de notícias políticas, com o Congresso em recesso, estamos reféns dos eventos externos. O news flow político/econômico continua no campo das especulações em torno da política monetária, e de eventuais medidas de estímulo ao crescimento. Continuo extremamente negativo com os fundamentos econômicos do país, especialmente diante de um cenário externo mais nebuloso.


A PIM apresentou forte queda de 2,4% MoM em novembro, muito abaixo das expectativas do mercado (-1% MoM). Fatores pontuais podem ter afetado o indicador. Segundo nossa equipe econômica: >> PIM bem abaixo do esperado (-12,4%a/a vs. BBG: -10,3%a/a e -2,4%m/m dessaz vs. BBG: -1,0%m/m dessaz);>> A produção de bens intermediários (-3,8%m/m dessaz) foi o principal destaque negativo. A indústria extrativa caiu -10,4%m/m dessaz. Vale mencionar que há um relevante impacto de elementos temporários nessa leitura, que acabaram exarcebando a queda na PIM: (1) greve dos petroleiros e desastre em Mariana/MG; >> Os fatores temporários que impactaram a leitura da PIM de novembro apenas atenuam a fraqueza do dado; >> A nossa proxy de investimentos ficou de lado em novembro, mas a variação a/a continua bastante negativa; >> O índice de difusão (percentual de segmentos que aumentaram na leitura m/m dessaz) melhorou na margem (o resultado foi muito ruim, mas de certa maneira foi concentrado em alguns segmentos), porém continua em patamar abaixo da média histórica; >> Com isso a nossa projeção de PIB de 2015 muda de -3,6/3,7% para -3,8%.  

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