Update

Depois de uma longa e cansativa semana, vou tentar ser breve nos meus comentários. No cenário externo, a semana termina da mesma forma que começou, com pressão no preço do petróleo, nos US HY Bonds e nos índices de bolsa, a despeito da recuperação de preço das commodities metálicas e de um leve movimento de dólar mais fraco no mundo. Acredito que o preço do petróleo e os fluxos para o mercado de US HY Bonds continuarão a ditar a dinâmica dos ativos de risco. Não tenho vantagem comparativa em emitir uma opinião mais firme em torno do nível de preço de ajuste destes mercados, mas em um ambiente de normalização monetária nos EUA, é natural esperar mais volatilidade e incerteza.

O cenário de crescimento para os EUA segue inalterado, com uma expectativa de PIB levemente abaixo de 2% para este final de ano e em torno de 2% para o ano que vem, acima do potencial. O mercado de trabalho ainda mostra sinais robustos, mesmo diante da desaceleração de alguns setores da economia. A inflação ainda encontra-se moderada, mas já mostra sinais incipientes de uma gradual aceleração.

Na Europa, o crescimento deve permanecer na faixa de 1,5%-2%, com uma inflação ainda perigosamente baixa. Na China, há sinais iniciais de estabilização do crescimento, mas ainda em patamar baixo. A tendência de depreciação da moeda parece mais clara, mas desta vez guiada por uma cesta de moedas já apresentada pelo PBoC ao mercado.

O Brasil vive uma dinâmica própria. Eu estou bastante preocupado com o rumo que a economia está tomando, assim como as recentes decisões políticas. A partir de segunda-feira, devemos ter um novo Ministro da Fazenda. Independentemente de quem seja o escolhido, irá pairar sobre ele a desconfiança de qual será o rumo da política econômica do governo.

No que tange ao cenário econômico, a inflação se mostrou, novamente, elevada, o crescimento pressionado e o mercado de trabalho em franca deterioração. Segundo nossa Área Econômica:

IBC-Br pior que o esperado -0,63%m/m dessaz (vs. -0,42%m/m dessaz) e -6,38%a/a (vs. BBG: -6,13%a/a). Com relação à nossa projeção, é como se retira -0,1/-0,2pp na estimativa ano/ano de PIB para o terceiro trimestre. Demanda doméstica crescendo menos na taxa interanual do que o IBC-Br.


O IPCA-15 foi pior que o esperado, núcleos piores e qualitativo ruim. O índice de difusão bastante elevado para dada a variação. Inflação de serviços persistente. Excluindo passagem aérea e alimentação fora, o segmento de serviços ligado à atividade acelerou. Serviços ligados à mão de obra desaceleraram em 12 meses (reflexo do que vem mostrando o rendimento da PME). Por enquanto, a nossa projeção de IPCA para dezembro está em 1,05%/1,06%. Dessa maneira, o IPCA do ano fechará em 10,78%...

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