Fed & Política Brasil

Como era amplamente esperado pelo mercado ontem, após cerca de 7 anos de juros zeros nos EUA, o Fed anunciou um aumento de 25bps na taxa básica de juros do país. A decisão já havia sido bastante telegrafada e bem comunicada ao mercado, que precificava praticamente 90% de probabilidade desta ocorrência. Os demais pontos importantes da decisão, como a previsão de taxa de juros por parte dos membros do comitê, o comunicado após a decisão e a coletiva de impressa de Janet Yellen podem ser classificadas como neutras (alguns apontam sinais levemente mais hawkish, enquanto outros veem sinais um pouco mais dovish).

Desde de o anuncio, observamos uma forte alta das bolsas, um fortalecimento do dólar, alguma pressão sobre as commodities, e uma leve alta de juros nos EUA. Eu acredito que a decisão não tenha alterado o cenário de curto-prazo no tocante a política monetária para o país. O Fed será dependente dos dados. O processo de normalização monetária será extremamente gradual e bem comunicado, mas isso não afasta momentos pontuais de stress ou maior volatilidade dos ativos de risco.

No curto-prazo, minha preocupação maior, no cenário externo, resume-se ao preço do petróleo, aos US HY Bonds, e seus impactos sobre as bolsas norte americanas. O processo de depreciação do CNY, na China, também é um vetor de preocupação. A moeda do país continua em uma tendência clara de depreciação contra o USD, o que deveria manter os ativos emergentes sobre pressão. O petróleo voltou a cair forte desde a tarde de ontem, o que pode trazer incerteza, novamente, o mercado de crédito dos EUA.

Brasil – O STF parece estar caminhando para manter o rito do impeachment que vinha sendo executado na Câmara dos Deputados. Caso confirmado este rito, poderá haver mais uma rodada de otimismo com relação a uma eventual troca de governo no país.

Surgiram novas denuncias sobre Eduardo Cunha, e o PGR pediu o afastamento do deputado de suas funções parlamentares. O cenário político continua extremamente conturbado e incerto.

Segundo a Folha, o governo poderá optar por uma opção política no lugar de Joaquim Levy. Ventila-se o nome de Armando Monteiro e Romero Jucá. Nomes políticos serão muito mal recebidos pelo mercado. O cenário econômico está em clara trajetória de deterioração, sem que haja qualquer perspectiva de recuperação. A política econômica é da presidente Dilma. Qualquer nome que assuma o Ministério da Fazenda será apenas uma figura decorativa, neste momento.

Lula prestou um depoimento secreto ontem em Brasilia. Não se sabe o teor do depoimento, ma afirma-se que está na condição de testemunha, ou da Operação Lava-Jato, ou da Operação Zelotes. Ao que me parece, o cercado em torno do ex-presidente está se fechando, colocando-o como um eventual alvo de uma dessas Operações. 

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