"Mini" Year End Rally?

Os ativos de risco mantiveram uma dinâmica, em grande parte, positiva neste final de ano, com as bolsas globais em alta (Year End Rally?), com uma recuperação do preço do petróleo, após a divulgação de forte queda dos estoques nos EUA, e abertura de taxa de juros nos EUA. O dólar apresentou desempenho mais misto, fforte contra G10 (especialmente contra o EUR), porém sem tendência definida em relação as moedas emergentes.

O Brasil manteve o tom de terça-feira, no que me parece ser um processo de acomodação/consolidação da piora recente dos ativos locais. O anuncio de novos M&A´s (desta vez um fundo Árabe aportando recursos no frigorífico Minerva) pode estar ajudando a dar um tom um pouco mais positivo aos mercados locais no curto-prazo. Eu vejo esses anúncios como naturais dentro de um contexto de forte depreciação cambial e forte queda no preço dos ativos brasileiros. É natural esperar alguma demanda específica, por ativos que ofereçam valor, por parte dos investidores estrangeiros. Contudo, vejo essa demanda como pontual e localizada. Ainda não vejo uma mudança radical de postura do investidor com relação ao país. Fluxos de curto-prazo podem ocorrer neste final de ano, por parte de M&A´s e por parte de concessões, mas o cenário ainda enseja uma postura cautelosa. Acredito que o investidor ainda pedirá prêmios elevados para os investimentos na conta portfólio.

O RI do BCB trouxe poucas informações adicionais. Houve uma piora nas expectativas de inflação, que precisará ser compensada por um novo ciclo de alta de juros. Por hora, o BCB indica que este ciclo não deverá ser longo. Por hora, não vejo valor relevante na curva local de juros, especialmente diante dos riscos provenientes da economia e do cenário político.

O cenário econômico continua mostrando sinais de deterioração adicional. Os indicadores de confiança da FGV, divulgados hoje, apresentaram mais um movimento de queda, mantendo-se nos níveis mais baixos de suas séries (vide gráficos).

A Arrecadação Federal de novembro apresentou alta de R$95,5bi, abaixo das expectativas de R$98,8bi. O número aponta para um déficit fiscal elevado no mês, mantendo o cenário de imensas dificuldades em promover um ajuste fiscal no país.


Nos EUA, os dados divulgados hoje foram mistos, mas não alteraram o cenário central para o crescimento do país. A despeito da surpresa negativa no Durable Goods Orders, os dados de Consumo ficaram dentro das expectativas, com surpresas positivas no New Home Sales e no Michigan Confidence. De maneira geral, ainda vejo um cenário de demanda doméstica robusta, a despeito de alguma fragilidade da indústria e dos investimentos. A recuperação do mercado de trabalho continua a ser um importante pilar de recuperação da economia.

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