Brasil: Junk Status
A quarta-feira foi agitada antes da decisão do FOMC. Após o
anuncio de redução da meta de superávit fiscal para 2016, a Fitch rebaixou a
nota de crédito do país, tirando o grau de investimento do país e mantendo uma
perspectiva negativa. Os ativos locais reagiram de maneira clássica, com
steepening da curva de juros, alta do dólar e queda da bolsa. Os movimentos,
relativamente suaves dos ativos locais, levam a crer que parte dessa decisão já
era esperada pelo mercado. Eu não descarto, contudo, uma tendência de pressão
sobre os ativos locais nos próximos dias/semanas, com os investidores ajustando
os portfólios e, provavelmente, elevando a demanda por hedge. A posição do
dólar na BMF, e as evidência anedóticas mostram que os investidores
estrangeiros reduziram consideravelmente seus hedges cambiais e suas posições
negativas em torno do BRL nos últimos meses.
O cenário externo, contudo, também será relevante para a
dinâmica dos ativos brasileiros. Após o anuncio semanal de estoques de petróleo
nos EUA, o WTI voltou a apresentar forte queda. A continuidade deste movimento
pode vir a pressionar os US HY Bonds e os índices de bolsas dos EUA, em um ambiente
ainda fragilizado pela tendência de depreciação do CNY na China.
Nos EUA, o Housing Starts apresentou forte alta em novembro,
mostrando um mercado imobiliário sólido. A produção industrial de novembro
ficou abaixo das expectativas, mas devido a uma forte queda em “utilities”, que
tende a ser pontual. O setor manufatureiro continua mostrando fraqueza, mas em
um ambiente de mercado de trabalho robusto.
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