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A terça-feira foi marcada, novamente, pelo movimento no preço do petróleo e por mais uma rodada de depreciação da moeda da China (CNY).

O petróleo operou com elevada volatilidade ao longo do dia, chegando a cair mais de 2%, e a subir mais de 2%, em relação ao dia anterior. Os sinais de fragilidade ainda são aparentes. Está se disseminando as expectativas de “lower prices for longer”.

China - Na China, a nova rodada de depreciação da moeda está levando a um cenário parecido com aquele verificado em agosto, ou seja, de forte alta do dólar no mundo, em especial contra as moedas EM e dependentes de commodities, forte queda das bolsas globais e das commodities e pressão baixista para os juros mundiais. O movimento da moeda chinesa é apenas a exacerbação de uma tendência que, na minha visão, promete ser estrutural e prolongada. Estamos no meio de um processo de ajuste dos países emergentes e da China, em especial, que passa a ser um país menos dependente do setor externo dos investimentos, para ser um país mais voltado para a demanda interna. Este processo, contudo, historicamente levou os países a um período turbulento de transição (vide o que ocorreu com Japão na década de 80 e com os Tigres Asiáticos na década de 90). Os ativos chineses e dos países emergentes estão, assim, se adequando a esta nova realidade. A despeito de momentos pontuais de correção dessas tendências, o cenário estrutural de menor crescimento da China, fim do ambiente de juros zero nos EUA e ajuste dos fundamentos dos países emergentes segue inalterado.

Brasil - O vazamento da carta de Michel Temer a Dilma trouxe uma pitada adicional de incerteza ao cenário político. Na minha visão, a carta acirra o distanciamento de parte do PMDB do atual governo petista, elevando a probabilidade do impeachment. Contudo, este distanciamento tende a tornar o cenário político ainda mais binário. Se, antes, existia um argumento em favor do governo Dilma sair mais fortalecido do processo, caso se mantenha no poder, este cenário, a meu ver, foi aniquilado pelos eventos recentes. Assim, temos dois cenários a nossa frente: (1) Impeachment, com um governo de transição, positivo para os mercados financeiros ou (2) Manutenção do governo, sem apoio do Congresso, negativo para os ativos brasileiros. Minha visão continua altista para o dólar, ajudado pelo cenário externo e pela necessidade de ajuste interno. Gosto de ter a opcionalidade via calls de Ibovespa (longas e fora do dinheiro), caso haja uma mudança política no Brasil. Ainda vejo um cenário favorável para o carrego de NTNBs mais curtas.


EUA – O NFIB Small Business Optimism e o JOLTS Job Openings apresentaram leve queda, o primeiro em novembro e o segundo em outubro. Os números não alteram o cenário para a economia norte americana e representam apenas flutuações normais do ciclo econômico.

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