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Da mesma maneira que na manhã de ontem, os ativos de risco estão ameaçando uma incipiente recuperação esta manhã. Contudo, os sinais de fragilidade dos mercados financeiros globais ainda é evidente. As bolsa dos EUA operam em leve alta, a despeito de mais uma queda dos índices na Europa. O dólar continua a mostrar força ao redor do mundo, exceto por exceções pontuais, como o caso do AUD. As commodities apresentam apenas leve recuperação, com os bonds dos países desenvolvidos apresentando pequenas aberturas de taxa.
A moeda da China (CNY) apresentou mais um dia de depreciação, o que deveria continuar dando um tom mais cauteloso para os ativos de risco e, em especial, mantendo as moedas dos países emergentes sobre pressão, em uma clara tendência de depreciação.
Na agenda do dia, destaque para o Jobless Claims nos EUA, e sem dados relevantes no Brasil. Nos EUA, apenas uma hecatombe nos mercados será capaz de evitar que o Fed inicie o processo de alta de juros na reunião do FOMC de dezembro. Os números recentes de atividade reduziram os trackings para a revisão do PIB do 3Q e para o PIB do 4Q, que rodam um pouco abaixo de 2% neste momento. De qualquer maneira, o mercado de trabalho segue robusto, o que dá conforto ao Fed em seguir seu plano de voo.
No final da tarde de ontem, no Brasil, a Moody´s colocou o rating do país em observação negativa. Assim, a perda do Grau de Investimento poderá ocorrer em até 90 dias. Acredito que a perda do grau de investimento é, atualmente, quase que irreversível, ou seja, uma questão de tempo. No curto-prazo, vamos viver os próximos meses em uma batalha entre fundamentos econômicos extremamente fragilizados e ambiente político conturbado, por uma lado, mas com a possibilidade, hoje crescente mas incerta, de uma mudança política no país, o que traria uma melhora exponencial das perspectivas para o Brasil e seus ativos. Neste ambiente, precisamos ser mais flexíveis e ágeis nas alocações dos portfólios, até que o cenário político seja definitivamente definido.
Ainda na tarde de ontem, na África do Sul, o presidente do país anunciou a troca do Ministro das Finanças, em um movimento inesperado. A troca foi vista como negativa para a estabilidade de um país também com fundamentos enfraquecidos. O ZAR chegou a depreciar mais de 5% em um momento de iliquidez da moeda e voltou a operar sobre pressão essa manhã. O antigo Ministro era conhecido pelo mercado, tinha um currículo respeitado e vinham trazendo alguma estabilidade a economia do país. O novo nome tem um currículo de peso, mas traz incerteza em um momento de maios desafio para o cenário do país, com um menor crescimento da China, a expectativa de alta de juros nos EUA, e com os fundamentos locais deteriorados.
Na Austrália, os dados de emprego de novembro surpreenderam em muito as expectativas do mercado, com forte criação de vagas de trabalho e acentuada queda na taxa de desemprego. Os números está dando suporte ao AUD essa manhã, que está descolando do movimento de alta do dólar neste momento.
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