Brasil: Governo prepara redução na meta fiscal, mas tenta contentar Levy.
Os ativos de risco estão operando próximos a estabilidade esta manhã. Destaque para o bom desempenho das moedas de G10, lideradas por um movimento de short squeeze no EUR. As moedas EM continuam dando sinais de fragilidade, após mais um dia de depreciação do CNY. O mesmo vale para as commodities, que continuam pressionadas.
Na agenda do dia, destaque para o Core CPI nos EUA.
Ainda há sinais claros de fragilidade nos ativos de risco. Para uma estabilização definitiva dos mercados financeiros globais, precisaremos ter um sinal mais claro de até onde irá a correção no US HY Bonds, assim como qual será o novo patamar de equilíbrio do CNY. Por hora, nenhum desses vetores parece ter atingindo seus novos níveis de equilíbrio de curto-prazo. Ainda não vejo motivo para um pânico mais desordenado, mas é natural o mercado temer pelo o que está ocorrendo, principalmente, no mercado de crédito dos EUA.
No Brasil, segundo a Folha, o TCU pode livrar Dilma dos crimes de pedaladas fiscais, condenando apenas o ex Ministro Mantega. Segundo o mesmo jornal, Governo prepara redução na meta fiscal, mas tenta contentar Levy. O artigo afirma que Dilma deve mesmo reduzir a meta de superávit para o ano que vem e sua equipe já procura um substituto para uma eventual saída de Levy do cargo (http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2015/12/1719103-governo-prepara-reducao-na-meta-fiscal-mas-tenta-contentar-levy.shtml). Caso isto seja confirmado, seria mais um passo para a perda do grau de investimento. Acredito que os ativos locais não devem reagir positivamente a este fluxo de notícias.
Eu vejo um cenário nebuloso pela frente, o que justifica posições menores e mais balanceadas. Os índices de bolsa dos EUA e Europa me parecem mais ajustados nos atuais níveis, mas existe um risco imensurável no mercado de US HY hoje que é de difícil previsão. Continuo vendo uma tendência de alta do dólar no mundo, mas precisamos admitir que uma parte relevante do movimento já tenha ocorrido. É natural que os movimentos se tornem mais erráticos e voláteis (vide o ZAR nos últimos dias). As commodities podem ser incluídas em um cenário parecido com o dólar. Não podemos descartar movimento pontuais, porém rápidos e acentuados, de correção nesta classe de ativos, a despeito da manutenção de uma tendência baixista. Começo a ver valor na parte curta da curva de juros no Brasil, mas a ausência de um ajuste fiscal crível pode levar o mercado a precificar altas muito além daquelas já embutidas nos vértices mais curtos da curva nominal de juros. Ainda gosto de carregar posições compradas em NTNBs curtas.
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