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Os dados de emprego nos EUA, divulgados hoje, reforçaram a mensagem de um mercado de trabalho robusto no país, a despeito de sinais de que a economia passa por um período pontual de acomodação (ou no termo em inglês “soft-patch”). Os números de hoje praticamente selaram a perspectiva de que o Fed irá elevar a taxa de juros no país na reunião do FOMC do dezembro.

Em relação ao Petróleo, como já vinha sendo ventilado na mídia nos últimos dias, a OPEP anunciou que não irá alterar, no curto-prazo, sua política e suas cotas de produção. A confirmação da notícia acabou colocando pressão no preço da commodity.

Os ativos de risco tiveram uma reação mista aos dados de emprego nos EUA, o que mostra ainda um certo ajuste de posições por parte do mercado, especialmente após a reunião do ECB de ontem. Eu não vejo motivos para alterar a visão que vem sendo descrita neste fórum nos últimos meses, mas entendo que a posição técnica do mercado esteja impedindo, no curto-prazo, a continuidade dessas tendências, tais como, fortalecimento do dólar, pressão nos ativos emergentes e nas commodities, por exemplo.

O Brasil ainda está digerindo os últimos eventos políticos. Segundo a mídia, a estratégia do governo é acelerar o processo de impeachment, para evitar uma nova rodada de enfraquecimento do governo vindas da economia e da Operação Lava-Jato. De acordo com consultores políticos, o governo hoje teria ampla margem para sobreviver ao processo, mas o cenário pode mudar rapidamente com o clamor popular. Assim, as manifestações agendadas para o dia 13 ganham importância adicional.

Eu continuo vendo o patamar de 3,75 no BRL como uma boa oportunidade de estar comprado em dólar. Contudo, acho prudente reverter as posições direcionais (futuros) para estratégias de opções com perdas limitadas. Para balancear o portfólio, acho válido considerar calls deep-out-of-the-money no Ibovespa (ou em ativos como a Petro) para o primeiro trimestre do ano que vem. Em uma eventual mudança de governo, vejo espaço para uma reprecificação gigantesca na bolsa local, liderada pela melhora de expectativas, e por um mercado totalmente desalocado em Brasil. Finalmente, acho válido manter a estratégia de aplicar a parte curta da curva de juros toda vez que a precificação de altas superar os 150bps nas próximas 3 reuniões do Copom. Ainda vejo um carrego positivo nas NTNBs mais curtas.


O cenário base ainda é extremamente negativo para a economia Brasileira e o cenário externo ainda me parece favorecer um dólar forte no mundo. Por isso, ainda vejo uma tendência de depreciação do BRL. Contudo, a partir de agora, precisamos trabalhar com um cenário, mesmo de probabilidade baixa, de uma mudança de governo, o que poderia trazer uma mudança substancial de percepção em relação ao país.

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