Feliz Ano Novo!
Antes do último comentário deste ano de 2015, gostaria de
desejar um feliz ano novo a todos. Espero que em 2016 o “Mercados Globais”
possa continuar agregando nos debates, ou como um simples instrumento
informativo. Infelizmente, estamos encerrando o ano com um cenário econômico
extremamente desafiador para o Brasil, sem perspectivas de uma mudança
substancial em 2016. Enormes desafios se avizinham, mas precisamos lembrar que
a economia funciona em ciclos e, mais cedo ou mais tarde, poderemos, no mínimo,
ter a esperança de tempos melhores. Enquanto isso, precisamos navegar com
cautela, superando os obstáculos mas sem perder a compostura. Obrigado a todos
pelos feedbacks e pela paciência.
O último dia relevante do ano para os ativos de risco apresentou
a mesma dinâmica que prevaleceu ao longo do ano, com o dólar forte, as
commodities pressionadas, lideradas pelo Petróleo, em um ambiente de
instabilidade das bolsas e abertura de taxa de juros nos EUA.
Na minha visão, o cenário para 2016 segue inalterado nestes
quesitos. É natural, contudo, que após os movimentos dos últimos meses, a
intensidade das tendências seja menor do que no passado recente, em meio a uma
volatilidade mais elevada. Contudo, ainda deverá prevalecer um cenário de dólar
forte, commodities pressionadas, bolsas sem tendências definidas, e abertura de
taxa de juros nos EUA. Essas tendências devem ser mais voláteis, e pontuadas
por períodos de realização de lucros.
Acredito que o próximo grande tema do mercado será o ritmo do
processo de alta de juros nos EUA. Com o mercado precificando apenas 2 altas de
25bps em 2016 e o Fed esperando 4 altas de 25bps, existe amplo espaço para
surpresas, em qualquer uma das direções. No tocante a China, vemos sinais
incipientes de acomodação da economia, mas ninguém sabe ao certo o patamar
atual de crescimento do país, nem em que ponto conseguirão estabilizar,
definitivamente, a economia. O processo de depreciação do CNY ainda incomoda e
poderá gerar ruídos adicionais. Na Europa, o cenário me parece fluido. Contudo,
o ECB já provou, diversas vezes, que está pronto para agir caso o cenário não
mostre uma evolução compatível com suas expectativas. Finalmente, ainda devemos
vivenciar uma série de ruídos pontuais nos países emergentes, que ainda se
mostram no meio de um processo de ajuste, que tende a ser lento, gradual e
prolongado.
O Brasil, infelizmente, continua mostrando sinais inequívocos de
deterioração econômica. Ainda não há sinais de estabilização da economia. Ainda
devemos observar um crescimento negativo, quase um cenário de depressão. O
mercado de trabalho piora a passos largos e a inflação continuará elevada e
resistente. Não há capacidade administrativa e política para promover um sério
ajuste das contas públicas. Enfim, um cenário extremamente nebuloso, que deverá
manter os ativos locais pressionados.
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