Brasil: Ajuste fiscal é recebido com descrença.

Os ativos de risco continuam operando sem grandes tendências de curto-prazo, ajustando posições as vésperas da reunião do FOMC. As bolsas da China tiveram mais um dia de forte queda, o que acabou afetando o humor em toda a Ásia. No mercado de moedas, contudo, observamos mais um dia de certa estabilização do CNY.

A agenda do dia terá as vendas no varejo e a produção industrial de agosto, nos EUA, como os principais destaques. No Brasil, teremos apenas o IGP-10 como foco da agenda.

Japão – Ao contrário do que alguns esperavam, mas em linha com o que grande parte do mercado aguardava, o BoJ manteve sua política monetária estável. Contudo, o BoJ não sinalizou que pretende adicionar estímulo no mercado no curto-prazo.

Brasil – O pacote de ajuste fiscal anunciado ontem pelo governo foi visto como positivo pelo mercado, mas já vem recebendo uma acolhida, no mínimo, fria por parte da sociedade civil e pelo congresso. As medidas são um primeiro passo importante na direção do ajuste, mas o risco de implementação ainda é elevado. Além disso, faltaram medidas mais estruturais que visem resolver fundamentalmente os problemas das contas públicas nacionais.

Segundo a mídia local hoje pela manhã, já há indicações de que a oposição (esperado) e parte da base aliada não irão ficar a favor das medidas. Além disso, existe um risco real de greves em alguns setores da sociedade, especialmente no tocante ao funcionalismo público.

De acordo com Valdo Cruz, da Folha, o BCB está desconfortável com a recente desancoragem das expectativas de inflação, e pode ter que agir para conter a recente alta das expectativas de 2016 e 2017. O BCB conta com o ajuste fiscal, até a próxima reunião do Copom, para conter este movimento de alta das expectativas de inflação.

Externo – Segundo a pesquisa mensal da ML de posição técnica dos mercados globais – umas das mais completas e respeitadas medidas qualitativas do mercado – a posição em ativos de risco está a menor desde a crise de 2008, o que indica uma elevada probabilidade de um bom desempenho dos ativos de risco nas próximas semanas:

ML Global Fund Manager Survey

Risk and macro capitulation
The summer FMS anomaly of high cash levels and high macro optimism has been corrected via sharp Sept declines in global growth expectations (lowest since Jul'12) & equity allocations (lowest since Sep'12). Unambiguous pessimism means risk assets riper for a rally (note investors don't want a Fed hike this week). If no rally, then markets ominously hinting "recession" and/or "default" imminent.
Goodbye TINA (see full report for footnote)…
Asset allocators cut stocks & commodities (to 2008 levels) to seek the alternatives of bonds (highest allocation since May'13) & cash (Exhibit 1)…cash levels rose back to 5.5%, equal to the 2008 highs. Note also Hedge Fund gross asset exposure sank to lowest since Jun'12.
…Goodbye Janet
Growth fears + default fears (75% say Chinese recession or EM default the big "tail risks") + liquidity fears (liquidity conditions "poor"/"very poor" at 3-year high)…no surprise investors expecting Fed to hike this week fell from 48% to 25%.
Autumn Pain Trades
"Recession-like" allocations to EM (all-time low), UK (4-year low), Energy (all-time low), Materials, Commodities & Cash are vulnerable to dovish Fed/stronger autumn growth. In contrast, "expansionary" allocations to Europe, Banks, Tech & Consumer Discretionary vulnerable to US/China policy mistake & weaker growth in coming months.
The Contrarian FMS Trades
Contrarian trades struggled in August. The Sept FMS nonetheless shows extreme positions & good contrarian opportunities in EM & commodities. Our September trades: long EM, short Eurozone; long commodities, short cash; long energy, short tech.

Fonte Merrill Lynch

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