Relief Rally.

Os ativos de risco tiveram uma quinta-feira volátil e com movimentos diferenciados entre as classes de ativos e regiões. O mercado ainda parece um tanto quanto indeciso com relação ao cenário para os países desenvolvidos, enquanto o cenário para a China e os países emergentes permanece desafiador. O dia foi de dólar fraco em grande parte do mundo, com as commodities em alta, lideradas pelos metais preciosos. Os bonds nos países desenvolvidos apresentaram fechamento de taxas, com as bolsas apresentando pressão ao longo de grande parte do dia. O “relief rally” dos ativos no Brasil acabou ajudando a classe de emergentes como um todo.

A noite teremos o discurso de Yellen, que deveria manter, a grosso modo, o texto base utilizado após a decisão do FOMC. Qualquer mensagem diferente será lida como uma maneira de Yellen desfazer a interpretação confusa deixada no mercado após a decisão do Fed. A divulgação do CPI no Japão poderá ser determinante para a política monetária de curto-prazo no país, umas das principais economias do mundo que passam por um momento de incerteza devido a inflação persistentemente baixa e um crescimento sem sinais consistentes de recuperação.

Brasil – O Relatório de Inflação apresentado pelo BCB mostrou um cenário de deterioração do balanço de riscos para a inflação. Contudo, após a divulgação do documento, Tombini optou por adotar uma postura de tranquilidade. O BCB procurou reforçar seu “plano de voo”. Por hora, eles veem os riscos de curto-prazo com provenientes da crise política e dos ruídos fiscais. Procuraram jogar a culpa da deterioração das expectativas de inflação em fatores não decorrentes da política monetária. Além disso, segundo os estudos da instituição, a forte pressão sobre a atividade mais do que compensará os efeitos da alta recente do dólar sobre a inflação. Finalmente, Tombini afirmou que o BCB tem todos os instrumentos possíveis para suavizar os abruptos movimentos de mercado.

Na minha visão, o BCB ficou desconfortável com a excessiva precificação na curva de juros, e procurou utilizar a divulgação de hoje como uma oportunidade de moderar as expectativas de mercado. Acredito que eles possam ser bem sucedidos nesta empreitada, contanto que saibam utilizar os instrumentos para conter a escalada do câmbio. A política monetária do BCB, matematicamente, pode conter a parte curta da curva, mas o mercado irá demandar que o BCB mostre “suas armas” no mercado de câmbio para uma estabilização mais efetiva do price-action. Uma solução para a crise local só será efetiva com a equalização da crise política.

A Confiança do Consumidor da FGV caiu de 80,6 para 76,3 pontos em setembro, o menor patamar da série. A Taxa de Desemprego subiu de 7,5% para 7,6% em agosto, matendo a tendência de clara moderação do mercado de trabalho.

EUA – O Jobless Claims ficou praticamente estável em 267k na última semana, próximo aos lows deste ciclo econômico. O número confirma um mercado de trabalho robusto, a despeito dos ruídos da economia global. Por ser um indicador semanal e que sofre poucas revisões, o indicador reforça a visão de uma economia ainda saudável. O New Home Sales subiu de 522k para 552k em agosto, maior nível deste ciclo econômico. O mercado imobiliário passa por um processo lento e gradual de recuperação, mas que fica cada vez mais evidente a cada novo mês.



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Juros Brasil

Daily News – Brasil: Para o Alto e Avante – Parte II

Daily News – Brasil: Para o Alto e Avante?