Brasil: Cenário político delicado.

Brasil – Ajuste Fiscal: Sem grandes desenvolvimentos nesta frente. O governo continua focado na tentativa de aprovar as propostas da equipe econômica, anunciadas a cerca de dez dias. Não me parece haver medidas adicionais para serem anunciadas no curto-prazo. O Globo, em artigo deste sábado, fala que a equipe econômica já tem medidas preparadas para a previdência, que poderiam economizar cerca de R$8 bilhões por ano. Por hora, contudo, não há sinais concretos de que existe a disposição de uma reforma mais estrutural e agressiva na previdência, um vetor que poderia ser um divisor de águas para situação das contas públicas nacionais. Além da articulação para a aprovação do ajuste, uma reforma ministerial e administrativa deverá ser anunciada ainda esta semana. A despeito desses esforços, ainda incipientes, o congresso sinaliza que não existe disposição política para a aprovação de grande parte das propostas.

Política: A situação política local continua tensa, delicada e indefinida. Os jornais mostram um congresso difuso, um governo sem apoio, e a possibilidade do encaminhamento do impeachment ganhar corpo. Na Folha de sábado, Monica Bergamo diz que, mesmo dentro do PT, já se trabalha com um cenário potencial de renuncia. Na Veja desta semana, um artigo mostra que a delação premiada de Fernando Baiano pode vir a incriminar Antonio Pallocci no financiamento da campanha presidencial de 2010. Este seria mais um avanço no caminho do impedimento do atual governo. Na Folha deste domingo, um artigo mostra a articulação dentro do PMDB para abandonar, de uma vez por todas, a base de apoio do governo. Parece que existe um consenso em não fazer um anuncio público em torno do tema, mas deixar o caminho aberto para o governo “sangrar” até a sua derrocada final.

A situação política irá continuar dominando o cenário econômico. Eu, particularmente, acredito que a possibilidade de Dilma não terminar seu mandato, e venha a cair (mais cedo do que tarde), tenha se elevando exponencialmente nos últimos dias. Os ativos locais devem continuar mostrando fragilidade e elevada volatilidade, até que tenhamos uma maior claridade política. Já podemos observar prêmios relevantes em alguns ativos locais, mas a tendência deve permanecer negativa até que a situação política de torne mais visível.

EUA – Em declarações ao longo do final de semana, alguns membros do FOMC tentaram reforçar a mensagem de que uma alta de juros ainda este ano ainda é o cenário base. A decisão de setembro teria sido apertada. Não houve uma mudança substancial de cenário para a postura do Fed, apenas uma reação a algumas incertezas externas. O Fed terá um grande desafio para manter as expectativas de uma alta de juros ainda este ano vivas. Para o mercado, a função de reação do FOMC ficou um pouco embaçada após a última decisão e uma comunicação mais clara será fundamental no processo de normalização monetária do país.

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