Aversão a risco.
Os mercados
globais tiveram uma noite de aversão a risco. Não houve um trigger específico para o movimento, mas os sinais de crescimento
ao redor do mundo, em especial na Ásia, foram negativos, retomando o receio do
mercado em relação à China e aos demais países emergentes. Ao que parece, serão
necessárias medidas adicionais de estabilização do crescimento para que a
economia mundial retome um trajeto mais robusto, viabilizando uma estabilização
mais consistente dos ativos de risco.
Na China,
o PMI Manufacturing Oficial saiu de 50 para 49,7 pontos, em linha com as
expectativas do mercado, mas o menor patamar em 3 anos. A abertura do indicador
foi negativa, com os principais componentes apresentando preocupantes quedas.
Na Coréia do Sul, as exportações
recuaram de -3,4% YoY para -14,7% YoY em agosto, muito abaixo das expectativas
de -5,9% YoY. Observamos recuou em praticamente todos os principais parceiros
comerciais do país. Por ser uma economia aberta, a desaceleração das
exportações mostram um cenário ainda preocupante para a economia da Ásia. Na Austrália, como era amplamente
esperado, o RBA manteve os juros estáveis. Contudo, o comunicado após a reunião
apresentou algumas alterações visando alertar para os riscos de curto-prazo ao
crescimento do país provenientes da China e dos mercados financeiros globais.
Não há sinais de que uma nova queda de juros está no “plano de voo” do RBA, mas
eles se mostram atentos aos riscos e não deverão se furtar a agir caso
necessário.
Na Alemanha,
a taxa de desemprego se manteve estável em 6,4% em agosto, dentro das expectativas
do mercado. Na Área do Euro, o desemprego
recuou de 11,1% para 10,9%, abaixo das expectativas de estabilidade em julho.
OS números finais dos Markit PMI não apresentaram revisões relevantes em
relação a seus Flash PMI. A região continua dando sinais de um crescimento
saudável no curto-prazo.
No Brasil,
o dia será utilizado para os investidores digerirem o anuncio do orçamento para
2016. Enquanto Levy parece perder poder, Nelson Barbosa ganha importância na
condução da política econômica. Com a divulgação de um déficit fiscal para
2016, o governo joga no Congresso o ônus do ajuste. Contudo, em um ambiente
hostil criado pela Operação Lava-Jato e por um governo desgastado, será difícil
convencer o Congresso da necessidade de ajuste.
A agenda do dia terá como destaque o
ISM Manufacturing nos EUA. No Brasil, destaque para o IPC-S e para a balança
comercial mensal.
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