Brasil: Governo pretende cortar R$20b de gastos.
Os ativos de risco tiveram um começo de
semana com tom mais positivo, confirmando os sinais de estabilização dos
mercados verificados ao longo da semana passada. A noite foi de agenda econômica
esvaziada, tendência que irá se repetir ao longo do dia nos EUA e no Brasil,
onde as agendas econômicas serão esvaziadas.
Os jornais de hoje estão ventilando um
potencial corte de despesas do Governo da ordem de R$20 bilhões de reais no Brasil, o que seria o primeiro aceno do
governo na direção de um ajuste fiscal crível. A notícia precisa ser confirmada,
e as medidas devem ser colocadas em prática efetivamente, para convencer o
mercado de que o governo está realmente disposto a manter seu plano de ajuste
fiscal. O segundo passo, assim, seria uma reaproximação junto ao congresso, com
intuito de elevar algumas fontes de receita para cobrir o rombo fiscal de 2016.
Esta aproximação se mostrará difícil frente ao andamento da Operação Lava-Jato.
De qualquer maneira, qualquer avanço nesta direção, vis-à-vis o nível de preços
que os ativos locais atingiram, pode acabar sendo bem recebido, pelo menos
pontualmente, pelos mercados locais. Contudo, a situação continua delicada, sem
sinais concretos de que a crise política será debelada totalmente.
Em um ambiente de forte pressão sobre o
crescimento, o BCB sinaliza que não está em seu plano de voo inicial nova alta
de juros. Um novo processo de ajuste da taxa Selic pode vir a ocorrer caso a dinâmica
do câmbio afete as expectativas de inflação. Contudo, de acordo com a mídia, a
instituição não vê espaço para novas altas da taxa Selic, e deverá priorizar
intervenções pontuais no câmbio a fim de conter a espiral negativa na moeda, e
evitar os efeitos secundários nas expectativas de inflação. A implementação de
um ajuste fiscal decente seria um caminho natural para ajudar o BCB neste
processo, e evitar a necessidade de novas altas de juros no país.
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