Brasil: Lula no centro da Lava Jato.

O final de semana foi de poucos movimentos, locais ou externos, mas alguns destaques merecem atenção.

Brasil – A mídia deu bastante foco aos avanços da Operação Lava Jato e para a reforma ministerial de Dilma.

Lava Jato: A Operação para estar empurrando o ex-presidente Lula cada vez mais para o centro das investigações. A delação premiada de Ricardo Pessoa, da UTC, e uma possível delação de Pedro Corrêa, de acordo com a Revista Veja, colocariam Lula no centro das manipulações que levaram ao que ficou conhecido como o Petrolão. O STF parece ter autorizado Lula a ser ouvido como testemunha do processo, enquanto a mídia afirma que o MPF está investigando as inúmeras viagens do ex-presidente nos anos após o fim de seu mandato. O avanço da Lava Jato sobre Lula seria mais um imenso obstáculo para o governo. Dilma mostra-se frágil, enfraquecida políticamente e sem poder de coordenação. Os avanços da Lava Jato elevam ainda mais a probabilidade de um processo legal de impedimento do atual governo. O mercado ainda vê um processo de impeachment como bastante turbulento, por trazer incerteza ao cenário político local. Assim, o cenário base ainda é de incerteza e volatilidade para os brasileiros. Contudo, eu me pergunto todos os dias, especialmente frente aos atuais níveis de preço dos ativos locais, quando que os investidores começarão a olhar o aumento da probabilidade de afastamento do atual governo como sendo um cenário positivo para os ativos locais?

Reforma Ministerial: O PMDB parece rachado em torno da reforma ministerial, com Picciani assumindo o papel de apoio ao governo Dilma, em detrimento ao trio, Temer, Cunha e Renan, que mostram um distanciamento cada vez maior em relação ao governo petista. A propaganda eleitoral do PMDB, no final da semana passada, parece ter sido um recado duro e bastante claro para o PT, colocando Temer como uma opção viável para um eventual novo governo. A reforma deverá sair do papel nos próximos dias, mas dificilmente irá alterar de maneira significativa o quadro político atual.

TCU: Tudo indica que o Tribunal irá rejeitar as contas do último mandato de Dilma, abrindo um novo caminho para o debate em torno do impedimento de Dilma. O governo promete recorrer a decisão, mas um cenário político turbulento dificilmente viabilizará uma mudança de postura por parte do TCU.

Europa – Na Espanha, o partido separatista MAS ganhou as eleições na Catalunha. Após o pleito, o partido reforçou sua mensagem. Segundo eles, a vitória representa um reforço ao mandato de independência da região. Será importante acompanharmos os próximos passos neste processo, que pode vir a trazer algum incerteza de curto-prazo para a região.


EUA – A semana será de agenda cheia, que culminará com os dados de emprego de setembro na sexta-feira. Uma sequencia de dados positivos deveria elevar, novamente, a probabilidade do começo do processo de alta de juros no país ainda este ano.

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