Dovish Fed
O Fed optou por manter o status-quo em sua política monetária,
utilizando o argumento da fragilidade global, e dos baixos níveis de inflação
no país, para embasar sua decisão. Os ativos de risco ainda estão digerindo a
decisão, sem uma tendência clara definida.
Com o Fed saindo do cenário, ao menos temporariamente, o mercado
terá tempo de voltar a olhar para os fundamentos estruturais de cada país e/ou
região.
Há argumentos favoráveis a continuidade de um movimento positivo
para os ativos de risco no curto-prazo. Seriam eles: Um Fed ainda dovish,
uma postura mais proativa e agressiva dos policy makers na China, sinais
de que o ECB e o BoJ estão dispostos a adicionar estímulos no mercado caso
necessário, sinais de crescimento ainda animadores nos EUA e na Europa, entre
outros. Contudo, esses seriam argumentos para uma melhora cíclica do mercado. O
cenário de médio e longo prazo continua desafiadores para a China e grande
parte dos países emergentes. Nenhuma mudança estrutural ocorreu nos últimos
dias que justifique uma mudança de dinâmica destes países e seus ativos.
Infelizmente, o Brasil está no “olho do furacão” dos problemas
nos países emergentes. Os sinais emitidos pelo governo são desencontrados. Os
ruídos na mídia são elevados e crescentes. Eu insisto na tese de que apenas a
equalização da crise política será capaz de reverter o quadro econômico local.
Continuo mantendo uma postura tática, com baixa exposição a
risco e stops mais curtos. Ainda vejo um cenário nebuloso localmente e
externamente, no tocante aos países emergentes e a China, em especial. Meu viés
é de buscar alocações na direção de novas rodadas negativas para esses países e
seus ativos, caso o mercado tenha uma leitura de que o Fed poderá dar algum
suporte aos ativos de risco.
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