Risk On!
Os
mercados globais estão abrindo a sexta-feira em tom mais positivo. Ao que me
parece, o tom mais ponderado de Yellen em seu discurso na noite de ontem, onde
voltou a afirmar que uma alta de juros ainda este ano ainda é provável (“most of my colleagues and I anticipate that it will likely be appropriate to
raise the target range for the federal funds rate sometime later this year”) está
sendo o principal motivo de estabilização dos ativos de risco. Eu não descarto,
contudo, que a estabilização pontual dos ativos no Brasil também esteja
ajudando a dar um suporte ao humor global a risco.
Vale
lembrar que os ativos de risco, em especial as bolsas dos EUA, acabaram
reagindo negativamente a decisão do FOMC na semana passada, especialmente pelo
sinal de preocupação em relação à economia mundial (China, em especial). Com os
membros do Fed e, especialmente Yellen, voltando a acenar com um plano de voo
de alta de juros ainda este ano, o mercado pode vir a mostrar algum tipo de
estabilização, mesmo que temporária.
A agenda
do dia terá como destaque a última revisão do PIB do 2Q nos EUA, assim como o
Michigan Confidence e o Flash Non-Manucaturing PMI. No Brasil, segundo a
Bloomberg, destaque para o CAGED.
Brasil – Alexandre Tombini,
presidente do BCB, honrou suas palavras proferidas ao longo do dia. O BCB
anunciou um “novo” programa de swaps cambiais, enquanto o Tesouro anunciou um
programa de recompra de papéis (NTNF). Por hora, esses “programas” irão durar
até segunda-feira, mas acredito que poderão ser extendidos até que os mercados
locais voltem a ganhar liquidez e parâmetros. Acredito que as medidas sejam
positivas e deveriam ajudar a deixar os ativos locais mais saudáveis.
Deveríamos ver uma queda de volatilidade e algum “relief” adicional de preços.
Contudo, a direção negativa dos fundamentos não foi alterada. Assim, uma
mudança definitiva de dinâmica só será capaz após a crise política ser
equacionada.
Europa – O Consumer
Confidence na França subiu de 94 para 97 pontos em setembro, acima das
expectativas de estabilidade. O numero mostra uma economia em trajetória de
recuperação, a despeito dos ruídos globais. Na Área do Euro, oM3 desacelerou de
5,3% YoY para 4,8% YoY, abaixo das expectativas de estabilidade. O número é um
dos principais vetores de liquidez da economia da região. Uma desaceleração adicional
mais acentuada pode ser vista como um sinal de perca de potencia do QE e levar
a medidas adicionais de estímulo por parte do ECB.
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