Update

As últimas 48 horas trouxeram desenvolvimentos relevantes no cenário externo.

A China parece ter adotado uma postura mais transparente na condução de sua política fiscal, monetária e cambial, em linha com a demanda que emergiu na reunião do G20. Em especial, os chineses têm reforçado a mensagem em busca da estabilização do mercado de câmbio, além de terem adotado uma postura mais assertiva no tocante a condução de sua política fiscal, dando indicações claras de que pretendem adotar uma política mais proativa com o objetivo de dar suporte ao crescimento do país. Se, por um lado, não podemos afirmar que o pior tenha ficado para trás, por outro lado, os últimos eventos deveriam reduzir os riscos de cauda existentes para a economia e os mercados financeiros globais.

Nos EUA, os indicadores de emprego continuam mostrando um mercado de trabalho em franca recuperação. O JOLTs Job Opening atingiu o maior patamar da série em julho, mas com uma abertura um pouco mais fraca do que o headline supõe. De qualquer maneira, com uma semana para a próxima reunião do FOMC, cresce o debate em torno de qual será a decisão do Fed. O mercado precifica uma probabilidade em torno de 35% de alta de juros já em setembro. Mantidas as atuais condições de mercado, acredito que esta probabilidade seja maior do que 50%.


No Brasil, estamos no meio de um processo de discussão em relação a como irá proceder o ajuste fiscal de agora em diante. Os sinais ainda são ambíguos e abaixo do satisfatório. Contudo, ao contrário de alguns dias atrás, pelo menos, algum debate está acontecendo. A maneira que o ajuste está sendo proposto pelo governo, via aumento de impostos, não agrada o congresso e a sociedade civil. O congresso, por sua vez, insiste em cortes de gastos. Se as discussões avançarem para um meio termo que viabilize algum tipo de ajuste, já será uma pequena vitória frente as sucessivas surpresas negativas dos últimos meses. Contudo, os investidores não estão dispostos a “pagar para ver” e precisam de medidas concretas para inverter a dinâmica negativa dos ativos locais.

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