Brasil: Ajuste tímido.
Os ativos de risco estão com dinâmica um pouco mais negativa esta manhã, com as bolsas da Europa e dos EUA um pouco mais fracas, em conjunto com uma rodada de queda no preço das commodities. As moedas operam sem tendência definida e os juros norte americanos estão estáveis neste momento. As bolsas da Ásia tiveram uma sexta-feira de maior estabilidade, assim como a moeda da China (CNY). A agenda do dia terá como destaque o PPI e o Michiga Confidence nos EUA.
Nos países emergentes, o BC da Coréia do Sul manteve os juros estáveis em 1,25% como era amplamente esperado. Já no Peru, o BC elevou sua taxa de juros pela primeira vez em 4 anos, em um movimento que surpreendeu o mercado, que esperava juros estáveis. O movimento foi uma reação a forte depreciação recente da moeda do país. De acordo com o comunicado, a alta não necessariamente será o começo de um processo de ajuste de juros, mas novos aumentos de taxa podem vir a ocorrer no futuro.
Brasil – Os jornais de hoje continuam sinalizando que o governo está em busca de medidas mais concretas para reverter o quadro fiscal do país. Por hora, as medidas propostas me parecem tímidas e de pouco impacto. Acredito que as sinalizações sejam positivas, mas precisaremos de medidas concretas, realistas e críveis para inverter a dinâmica negativa dos ativos locais. Segundo a Folha Dilma busca um substituto para Mercadante a frente da Casa Cívil. Ele deve permanecer no governo, mas em um outras pasta. Além disso, cortes de despesas devem ser anunciados em breve:
Um dia após o rebaixamento do Brasil pela agência internacional de classificação de risco Standard & Poor's, a presidente Dilma Rousseff começou a cogitar mudanças no coração do seu governo, indo em busca de um substituto para o chefe da Casa Civil, o petista Aloizio Mercadante. O ministro foi um dos principais defensores da ideia de apresentar ao Congresso uma proposta de Orçamento com previsão de deficit de R$ 30,5 bilhões, movimento que ampliou desconfianças do mercado sobre o governo e precipitou a perda do selo de bom pagador que o país tinha. Dilma busca um nome que atue como espécie de "primeiro-ministro" e que não seja filiado ao PT. Segundo assessores, ela percebeu que precisa fazer um movimento de impacto, com ressonância política, para tentar sair da grave crise que paralisa o governo. Ela cogita até alguém de fora da política, mas com receptividade na base aliada e na oposição, tentativa de melhorar a governabilidade e evitar novas derrotas no Congresso. Ministros ouvidos pela Folha dizem, porém, que Mercadante não sai do governo. Deve ele ser transferido para outra pasta na reforma que Dilma promete. Em agosto, o Planalto anunciou a redução de dez ministérios e o corte de cargos comissionados.
Para dar uma resposta aos críticos de que o governo não corta na carne, a presidente Dilma Rousseff prepara o anúncio da eliminação de cargos comissionados e a revisão de contratos com prestadores de serviços. O martelo deve ser batido nesta sexta (11). A divulgação das medidas está prevista para entre esta sexta e segunda (14), conforme relatos de assessores presidenciais. Dilma se reuniu na noite desta quinta (10) com sua equipe para acertar os detalhes das mudanças. A reforma ministerial, também prevista para setembro, deve ficar para um segundo momento diante da dificuldade de mover partidos de suas atuais pastas. Há algumas semanas, o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, divulgou que o governo cortaria cerca de dez ministérios e mil cargos comissionados, mas não deu detalhes de quais pastas seriam eliminadas.
Comentários
Postar um comentário