Risk-off!

Os ativos de risco estão dando continuidade ao movimento negativo iniciado ontem após a decisão do Fed, já comentado mais a fundo aqui: https://mercadosglobais.blogspot.com/2018/12/fed-mantenham-os-seus-cintos-de.html?m=1.

Neste momento, o S&P opera abaixo de 2.500 pontos, patamar técnico e psicológico importante, levando consigo as demais bolsas globais, as commodities e favorecendo um movimento de dólar fraco contra as moedas de G3, em um clássico movimento de aversão a risco.

Eu até acho que, neste momento, no curto-prazo, o movimento começa a parecer exagerado. Contudo, como comentei há alguns dias atrás, não acho que seja o momento do ciclo econômico para ficar testando melhoras pontuais e cíclicas dos ativos de risco, dado que a sinalização do mercado é de que estamos no meio de um processo de ajuste de preços que pode ser mostrar mais estrutural e prolongado, mesmo que o cenário econômico, especialmente nos EUA, ainda pareça saudável.

No Brasil, a decisão monocrática da prisão em segunda instância foi revertida pelo presidente do STF. Segundo o Valor, a XP recebeu aval do BC para se tornar banco.

Na China, o PBoC anunciou mais uma medida de suporte a economia. O BC do país irá ofertar mais MLF, que e basicamente uma linha de liquidez mais barata aos bancos. Em termos gerais, é uma decisão positiva, porém esperada, dado que os números recentes continuam mostrando um cenário de desaceleração continua do crescimento do país.

Na agenda do dia destaque absoluto para o Relatório de Inflação(RI) no Brasil e a reunião do CMN. Não há expectativas muito maiores de decisões relevantes por parte do CMN. Em relação ao RI, como a reunião do Copom está muito recente, será interessante apenas aprofundar as previsões do modelo do BCB e eventuais estudos mais específicos que sempre são apresentados no Relatório.

Em relação ao portfólio, sigo com viés cauteloso para os ativos externos. Continuo otimista com a direção do Brasil, mas entendendo que seremos afetados pelo o que ocorre no cenário internacional. Continuo recomendando um portfólio liquido, com menos posições direcionais e mais posições relativas, a busca por “alpha” em detrimento ao “beta”, setores defensivos versus setores cíclicos ou de “momentum", e regiões/países que estão com fundamentos mais sólidos. Em suma, um posicionamento de fim de ciclo econômico e financeiro.

No Brasil, continuo favorecendo a Bolsa em detrimento aos demais mercados. Olharia alocar via estruturas de opção com perda limitada e mais longas. As vols implícitas não me parecem caras até ontem. Gosto do dólar como hedge. Ainda vejo premio na parte longa da curva de juros reais para aqueles com visão de prazo mais longo. Não gosto da parte curta e intermediária da curva de juros. Já existem estruturas de opção de juros que me parecem um bom hedge para eventuais altas de taxa no ano que vem. 




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