China: Sinais de estabilização, mas riscos permanecem elevados.


Os índices de bolsa dos EUA voltaram a apresentar queda, após recuperação na tarde de ontem. As bolsas da Europa sobem, ainda digerindo a recuperação americana, enquanto as bolsas da Ásia operaram com desempenho misto. O mercado de moedas apresenta um leve dólar fraco, enquanto as commodities apresentam recuperação (alta).

Na agenda do dia, teremos como destaque o ZEW na Alemanha – um dos indicadores de confiança mais importantes de toda a Europa.

Na China, os dados de agregados monetários e novos empréstimos ficaram um pouco acima das expectativas do mercado, mostrando alguma estabilização, ou até mesmo expansão nesta frente. Em meio a um quadro de desaceleração mais evidente da economia, é natural esperar que o policy maker chinês inicie um processo mais agressivo de estímulos, afim de, no mínimo, evitar um “hard landing” da economia.

A minha grande dúvida, neste estágio do ciclo econômico, com uma elevada dívida/PIB, é quão potente estes instrumentos são hoje em relação ao passado. Não vejo o governo chinês buscando uma recuperação rápida e acentuada da economia (o famoso “V Shape”), mas um intuito de estabilizar o crescimento. O grande risco, neste momento, é de que as medidas disponíveis não sejam capazes de estabilizar o crescimento do país.

Os números de hoje são positivos a medida que mostram alguma proatividade do governo na direção de estabilizar a economia via uma nova rodada de estímulos. Contudo, não descartam totalmente os riscos de curto-prazo pois recorrem a medidas antigas, cada vez menos potentes, que podem estar colocando o país em uma rota de difícil saída.

Na França, em situação política delicada, Macron anunciou que irá promover algumas medidas que visam atender as demandas e os anseios da população de renda mais baixa. Como tenho insistido neste fórum, a situação na França, depois do ocorrido na Argentina, no México e um pouco na Itália, mostra a dificuldade que qualquer país tem em colocar em prática medidas de ajuste e reformas econômicas estruturais sem um devido entendimento e apoio da população.

Segundo o FT, a União Europeia não irá dar novas concessões ao Brexit. O acordo que se tem na mesa, segundo eles, é o melhor possível. A situação segue incerta.

No Brasil, a mídia continua explorando as investigações em torno de um ex-assessor de um dos filhos de Bolsonaro (https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/12/saques-de-ex-auxiliar-de-flavio-bolsonaro-ocorriam-apos-depositos-de-valor-similar.shtml).

A PF faz operação na casa de Aécio Neves no Rio de Janeiro e de Paulinho da Força (https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2018/12/11/pf-cumpre-no-rio-mandados-em-casas-de-aecio-neves.ghtml)

Não fazendo juízo de valor da questão, ambos deveriam ter impacto quase que nulo no quadro político ou econômico do país neste momento.




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