Mercados Globais – EUA vs China: Trégua. Cenário econômico ainda desafiador.


Os ativos de risco continuam com elevada volatilidade intraday, mas sem uma tendência ou direção definida. Não vou me aventurar em prever todo e qualquer movimento dos mercados neste momento. A sazonalidade do final do ano deverá manter o mercado em compasso de espera até que um cenário mais claro, e alocações mais relevantes e estruturais, venham a ocorrer, eventualmente, no início do próximo ano.

A China anunciou um corte de 40% para 15% nas tarifas de automóveis para importados dos EUA, em um passo importante nas negociações em torno da “guerra comercial”. Este vetor pode ter ajudado a dar algum suporte aos ativos de risco ao longo da tarde.

Em termos econômico, nos EUA, o Core PPI ficou acima das expectativas e sua abertura mostrou um quadro de inflação ainda firme. Se não há sinais muito claros de aceleração da inflação, tampouco existem sinais de um arrefecimento mais acentuado dos preços. Assim, ficamos diante de um cenário de inflação ainda firme, em um ambiente de expectativas de um crescimento mais moderado à frente.

De maneira geral, não costuma ser um pano de fundo positivo estruturalmente para os ativos de risco. Existe o debate, uma sinalização e uma expectativa de que o Fed, no mínimo, interrompa momentaneamente seu processo de alta de juros. Por ora, contudo, me parece cedo esperar qualquer movimento mais brusco de mudança na direção da política monetária. Ao contrário de momento anteriores dos últimos 10 anos, o banco central americano parece ter algumas restrições importantes para dar um suporte mais prolongado e sustentável aos ativos de risco.

Na Alemanha, o ZEW – um dos indicadores mais importantes de confiança de toda a Europa – ficou acima das expectativas, mas ainda em patamar que pode ser considerado baixo. Os sinais na região ainda são bastante mistos e preocupantes.

No Brasil, a nomeação de Rogério Marinho para a secretaria de previdência sinaliza certa continuidade na direção de uma reforma da previdência. As suspeitas em torno de um assessor de um dos filhos de Bolsonaro ainda dominam a mídia e demandam alguma explicação mais concreta, mas ainda vejo este evento como um ruído de curto-prazo, sem aqui fazer juízo de valor, acusar ou defender este ou aquele. Apenas fazendo uma leitura a luz da visão do mercado.

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