Possibilidade de estabilização de risco global. Surgem ruídos no Brasil.
Os ativos
de risco estão apresentando recuperação, após bom desempenho das bolsas na
China e na Ásia. Na noite de ontem, a corte do Canadá concedeu uma liminar que
permitirá soltar a CFO da gigante de tecnologia chinesa. O evento deverá retirar
alguma pressão sobre as relações entre os EUA e a China. A decisão ocorre
poucas horas depois da China anunciar a queda de 40% para 15% nos impostos de
importação de automóveis para o país.
Acredito que, tecnicamente,
pegando o S&P como exemplo, o mercado conseguiu segurar no suporte de 2.600
pontos e existe espaço para alguma recuperação. Em termos fundamentais,
econômicos, o cenário segue relativamente estável e sem grandes mudanças.
Existem riscos no cenário, mas ainda me parece que estamos longe de uma crise
econômica ou situação fora de controle. Por isso, acredito que poderíamos observar
alguma estabilização dos ativos de risco no curto-prazo. Caso eu esteja errado,
e a dinâmica ainda se mostrar perversa, certamente terei que concluir que
estamos em um novo ambiente, muito mais desafiador e negativo. Reforço que, por
ora, vejo uma eventual recuperação como tática e não estrutural. Continuo
recomendando um portfólio mais balanceado, líquido e a busca por hedges.
No
Brasil, a situação de um dos assessores de um dos filhos de Jair Bolsonaro se
torna a cada dia mais complicada, à medida que a mídia continua encontrando
situações no mínimo suspeitas. Segundo os jornais, os saques na conta do
assessor coincidem com os dias de pagamento na Câmara.
Ainda
no Brasil, a Câmara aprovou a prorrogação dos incentivos para a Sudam, Sudene e
Sudeco, com impacto de cerca de R$40bi até 2023. A aprovação é mais uma medida
da chamada “pauta bomba” do Congresso, no apagar das luzes deste governo.
As sinalizações do novo governo
são positivas e a articulação política começa a ganhar corpo, com alguns
partidos já anunciando apoio ao novo governo eleito. Contudo, será necessário uma
melhor articulação política ao longo do tempo. Caso contrário, será muito difícil
convencer a sociedade e a classe política das necessidades das reformas
econômicos, urgentes para o país.
Na
Inglaterra o Governo de Theresa May irá ser submetido a um voto de confiança, o
que mantém a situação do Brexit indefinida.
Na agenda do dia, destaque para
o CPI nos EUA. Um número mais forte pode trazer uma nova rodada de desafios aos
ativos de risco e encerrar a minha visão mais construtiva de curto-prazo.
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