Risk-off! China em foco.
Os
ativos de risco estão apresentando um movimento clássico de “risk-off”, após números
de atividade econômica de novembro mais fracos na China. A dinâmica do mercado me faz abandonar a expectativa de uma
estabilização do humor global a risco no curto-prazo e permanecer com a visão
de que o quadro estrutural está mudando para uma trajetória ainda mais
desafiadora.
Tecnicamente,
será fundamental verificar se o S&P, por exemplo, conseguia manter o suporte
nos 2.600 pontos ou acabará apresentando um rompimento para baixo,
desconfigurando o “range” e sinalizando para um movimento mais negativo de
curto-prazo.
Estruturalmente,
eu via, e continuo vendo, dois vetores de restrição ao bom desempenho do humor
global a risco. Primeiro, o enxugamento global de liquidez. Este vetor foi de
certa forma contido com as recentes sinalizações do Fed e o ECB. Contudo, não
foi totalmente dissipado, pois o processo não será revertido ou totalmente alterado,
mas apenas deverá sofrer um ajuste de velocidade.
Segundo,
os sinais de desaceleração global ex-EUA e, em especial, na China. Nesta frente
os números de hoje são negativos, pois mostram a continuidade de um processo de
desaceleração da economia do país, mesmo após a implementação de uma série de
medidas de estímulos. Os números reforçam um cenário de que o poder destes
instrumentos se torna cada vez menos potentes no atual estágio do ciclo econômico
e com a economia com um nível de alavancagem já extremamente elevada.
Continuo
vendo a China como um dos, senão o principal risco para a economia global e os
mercados financeiros globais no curto-prazo. O cenário para o mercado de local
de crédito continua nebuloso e merece atenção especial.
Os
ativos no Brasil devem seguir o humor global a risco mais negativo. Vejo, neste
momento, pouco espaço para uma diferenciação mais acentuada. Podemos ver alguma
diferenciação grande entre setores, como por exemplo, Commodities vs Economia
Doméstica na Bolsa, steepening da curva
de juros, alta do dólar em detrimento a taxas de juros relativamente ancoradas
e etc.
No
que tange as notícias locais, a Câmara encerrou seus trabalhos este ano e
deixou para trás uma agenda de “pauta bomba” que ameaçava o governo Bolsonaro
já em seu início. Maia continua articulando para continuar como Presidente da
Câmara dos Deputados. No final da tarde de ontem, o BCB anunciou alguns novos
diretores. Todos com perfil de mercado e alinhados a uma escola liberal de economia.
Deveriam ser bem recebidos, mas muda um pouco o perfil mais acadêmico do Comitê.
Comentários
Postar um comentário