Ausência de fluxo para Brasil impede movimentos mais positivos.
No tocante aos mercados, destaque negativo para o desempenho do Ibovespa. Ao que me foi informado, não há fluxo estrangeiro para esta classe de ativo, o que está se colocando como uma enorme restrição para que o Ibovespa rompa definitivamente o patamar de 90 mil pontos. O dólar acabou sustentando um movimento de queda, mas muito longe dos “lows” que vimos na manhã de hoje. De fato, os fluxos para Brasil continuam decepcionantes, enquanto os locais seguem de certa forma alocados. Já vejo evidências anedóticas de muitos locais comprados em bolsa e aplicados em juros, porém utilizando o dólar como hedge dos portfólios. Este tipo de posição técnica precisa ser observada no detalhe, pois tem se colocado como grande restrição a uma tendência mais longa e acentuada para os ativos locais.
No tocante a agenda econômica, a pesquisa Focus do BCB mostrou expectativas de inflação ancoradas, o que dá conforto ao BCB em manter os juros estáveis no horizonte relevante de tempo.
No cenário internacional, destaque para uma inesperada alta do ISM Manufacturing, que saiu de 57,7 para 59,3, muito acima das expectativas de estabilidade. O número mostra uma economia ainda robusta. Como comentei hoje cedo, para a manutenção desta janela positiva, é necessário que o crescimento se mostre saudável, porém sem sinais claros de superaquecimento da economia, com riscos de pressões inflacionárias, ou seja, um equilíbrio instável.
Interessante observar que no mercado de moeda, vimos um bom desempenho das moedas mais ligadas a economia ou a demanda da China ou do petróleo, como AUD, NZD, CAD e BRL, mas o dia acabou sendo de certa forma decepcionante em termos de performance mais geral nesta classe de ativo. Essa dinâmica confirma que estamos em um ambiente mais restritivo e que diferenciais de desempenho devem ser mais comuns do que movimentos mais correlacionados de “risk-on” ou “risk-off” entre classes de ativos e regiões.
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