Cenário econômico segue incerto, mas ativos de risco mantiveram os “ranges” recentes.


Após uma manhã conturbada e um dia de elevada volatilidade, os ativos de risco conseguiram garantir uma recuperação nos mercados internacionais no final do dia. Tecnicamente, o S&P500, por exemplo, está conseguindo manter a banda de 2.600 com 2.800 pontos, com volatilidade elevada e sem direção concreta.

No Brasil, o dia foi de desempenho nominal e relativo bastante decepcionante. Alguns vetores podem ter ajudado o movimento, tais como ruídos na Índia com a saída do presidente do BC local; problemas envolvendo a família de Macri na Argentina; e os dados mais fracos na China, já comentados hoje cedo.

Uma leitora e contribuidora deste espaço chamou a atenção hoje para o fluxo de entrada no EWZ nos últimos dias, ao mesmo tempo em que se vê uma saída de recursos do BOVA11. Em outras palavras, seria uma indicação dos estrangeiros começando a alocar em Brasil, ao passo que os locais começam a reduzir suas posições. Se este movimento continuar, deveria ser bem visto para a saúde do mercado.

Nesta linha, vimos os fundos locais apresentaram desempenho bastante ruim nas últimas semanas, o que confirma um quadro técnico poluído e pouco saudável. Além das posições consensuais alocadas em Brasil, vimos grandes temas de investimentos, como alta de juros nos EUA e em partes da Europa serem ferozmente abaladas ao longo das últimas semanas.

O BCB anunciou leilão de linha no dólar hoje. Este tipo de programa costuma ser normal em períodos de final de ano, onde questões pontuais de liquidez afetam o mercado. Não deveria fazer preço na direção ou tendência da moeda.

Voltando ao cenário internacional, a situação do Brexit no Reino Unido segue incerta, com Theresa May sofrendo derrotas consecutivas nos últimos dias.

A inflação na República Checa ficou dentro das expectativas do mercado em novembro, mas muito abaixo das previsões do BC do país. O processo de normalização monetária no país está em xeque, assim como em parte relevante da Europa. Os preços de mercado já se ajustaram para este novo ambiente, mas a posição técnica ainda parece complicada nesta frente, especialmente se levarmos em conta que virou uma posição consensual nos fundos locais, um ativo de liquidez de certa forma reduzida.

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